Cabe a nós!

turismo
Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor.

Cabe a nós – Muito tem se falado nas últimas semanas que estamos vivendo “a maior epidemia de dengue já ocorrida no Brasil”. Não acredito que seja a verdade absoluta porque, a bem da verdade, dengue é uma doença que, salvo engano, apareceu nesse século XXI.

Foi notícia no Ouvidor

Houve surtos no século passado produzidos por vírus, mas eram outras doenças. Não sou especialista em vigilância sanitária, mas conheço um pedacinho da história talvez por ser curioso. Sei da gripe espanhola no início do século XX, antes dela outras doenças, como a tuberculose sempre com o cunho de afetar o sistema respiratório e as gripes provocadas pelo vírus influenza aliás, essa é tão antiga quanto Hipócrates, considerado o pai da medicina.

Há, contudo, algo em comum como doenças como a dengue, o zicavirus, o chikugunya: o mosquito transmissor. O “aedes aegyptis” cuja existência é impossível de ser eliminada. As campanhas destinadas a acabar com ele vão se sucedendo, mas eles vencem. Estão em todos os ambientes, sobrevivem na paisagem e a omissão do ser humano favorece à sua sobrevivência. O mosquito é apontado como o vetor de todos esses males.

O poder público com toda a energia proporcionada pelos recursos investidos na saúde não consegue conter a proliferação do agente. Nem mesmo a população mais atuante sensibiliza aqueles que são indiferentes à existência do mosquito. Basta um passeio em muitas regiões do pais para ver milhares de focos potenciais para a praga. Os esforços parecem ser inócuos: nebulizações, campanhas, visitas a ambientes potencialmente sujeitos à existência de focos, não dão conta. Tudo indica que somente a população conseguirá sanar esse problema, mas ela depende da conscientização de cada um.

Essa semana a região chorou a morte das primeiras vítimas identificadas como afetadas pela doença. Não que tenham morrido essa semana: elas foram identificadas com a suspeição, faleceram e somente depois de vários dias, foi possível definir a causa. Esse é, na minha modesta opinião um dos fatores que dificultam a conscientização da população.
Lembram-se da Covid? Minutos depois do óbito já se tinha definida a causa. Essa rapidez na definição do agente causador contribuiu para a instalação de um quase pânico controlado que fez com que as comunidades agissem de modo a reduzir o contágio.

E o que temos feito, cada um de nós individualmente para eliminar o mosquito? A campanha encetada pelo governo nos desafia a usar 10 minutos de nosso tempo, diariamente, para evitar que o inseto ganhe a guerra. Mas ele vai ganhar! Eles fazem parte da natureza, estão nas cidades, nos campos e nas matas. Talvez uma boa fórmula seja usar repelente nas pessoas infectadas. Sem se contaminar, a mosquita transportadora do vírus não contamina ninguém.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments