Mais de cem milímetros de chuvas, em um curto período de tempo, foram suficientes para trazer caos e um prejuízo ainda incalculável, para moradores e comerciantes de Santa Isabel. A chuva que atingiu a cidade no início da noite de quinta-feira, 22, teve consequências que se estenderão ainda por longos dias. Nas ações imediatas, a Prefeitura decretou ontem, situação de emergência nível 2 e mobilizou mais de 100 pessoas para trabalharem na recuperação e limpeza das áreas afetadas.
Foi notícia no Ouvidor
- Falsas esperanças?
- Após notificação da Justiça, Prefeitura entrega material escolar a estudantes
- Após contraproposta da Prefeitura, servidores desistem da greve
“Moro aqui há 63 anos, sempre presenciei enchentes no centro da cidade, mas igual a essa foi a primeira vez”, disse a moradora Rosalina Barbosa. Na região central, a sexta-feira foi de limpeza e de contar os prejuízos que as fortes chuvas trouxeram. “Eu estimo, por cima, um prejuízo de aproximadamente R$20 mil, mas só vai ser possível saber mesmo depois que limparmos tudo, ligarmos as máquinas e vê o que de fato queimou”, disse um comerciante na Avenida República.
Gerente de uma loja de calçados, Clarine Moraes de Oliveira conseguiu salvar boa parte da mercadoria, mas gastou um tempo nesta sexta-feira, 23, na limpeza da loja. “A água subiu muito rápido e não deu o que fazer a não ser colocar a mercadoria para o alto e esperar que o nível baixasse e só baixou mesmo depois da meia noite”, disse.
Proprietária de um salão de cabelereiro, localizado há 30 anos no mesmo endereço, no centro da cidade, Neusa Alves Marques cancelou agendas de atendimentos na manhã de ontem, para limpar os estragos que a chuva trouxe.
Na outra ponta do centro da cidade, Alécio Guimarães, proprietário de uma loja de tintas, localizada há 26 anos na Rua João Pessoa declara já ter sido a terceira grande enchente que enfrentou. Mas desta vez, de acordo com ele, o prejuízo foi um pouco maior: “Os motoristas de ônibus insistiram na travessia da enchente o que provou forte onda de água para dentro das lojas, estourou a nossa porta aqui aumentando ainda mais nosso prejuízo”, disse.
André Frúgoli, proprietário de um estacionamento localizado na mesma rua disse: “Os ônibus insistiram em passar aqui mesmo solicitando aos motoristas que não forçassem a passagem, isso estourou o portão do meu estacionamento e ainda atingiu alguns carros de clientes que alugam nossas vagas. Isso vai me custar entorno de uns cinco mil reais ou mais”, estima.
Assuntos semelhantes
- Defesa Civil auxiliará Saúde no Combate à dengue
- Enchentes aumentam ataques por aranhas
- Obras podem reduzir 70% dos casos de enchente
Na Rua Cônego Bicudo, um ônibus da EMTU, linha 411 Terminal Mogi, forçou a passagem na área alagada deslocando uma onda que arrastou veículos. Dentro de um dos carros estava uma mulher e uma criança. O próprio prefeito Dr. Carlos Chinchilla ligou para a vítima se solidarizando com o ocorrido e disse ter notificado a EMTU para um posicionamento oficial sobre o caso.
A EMTU informou que notificará a empresa responsável para que a mesma identifique o motorista e reforce para ele e todos os demais condutores, para que dirijam com prudência, principalmente em trechos alagados. “As empresas que operam linhas intermunicipais na região de Santa Isabel registraram atrasos de cerca de meia hora nos horários das partidas na noite desta quinta-feira (22) devido a alagamentos causados pelas fortes chuvas”, informou a nota.
Ações imediatas e preventivas
As equipes da prefeitura de Santa Isabel iniciaram a limpeza das áreas afetadas ainda na madrugada de sexta-feira. De acordo com a administração municipal mais de 100 pessoas trabalharam na recuperação das áreas afetadas.
O laudo técnico emitido pela Prefeitura apontou prejuízos tanto privados quanto públicos que exigirão a busca de recursos, além da realização de projetos de engenharia para execução das obras. Ao todo 18 árvores caíram, seis pontos de deslizamentos de barreiras foram registrados e pelo menos 38 residências foram afetadas pelas chuvas, com perda de mantimentos, moveis e eletrodomésticos.
As aulas foram suspensas nas escolas localizadas na região central, em uma delas, a Escola Estadual Profª Gabriela Freire Lobo, alunos tiveram que subir nas carteiras para se protegerem da água que subiu rapidamente, alagando todo o pátio e as salas de aulas da unidade.
A Prefeitura previa decretar situação de calamidade pública, mas recuou após solicitação do próprio governo do Estado. Em um decreto publicado ainda na manhã de ontem, a administração municipal oficializou a situação de emergência nível 2 em todo o município. O que ainda assim, segundo o Prefeito, permitirá maior agilidade no recebimento de verbas públicas tanto do Estado quanto a União visando a assistência das vítimas e a reconstrução dos locais prejudicados.
“Estamos em estado de emergência e nosso foco é ajudar a população e mitigar as consequências dessa tempestade que chegou sem aviso prévio. Já estamos pleiteando recursos junto ao Estado. Nossa Defesa Civil Municipal também já conseguiu colchões e cestas básicas para ajudar àqueles que tiveram suas casas atingidas”, destacou o Prefeito.
- Siga o canal oficial do Ouvidor no WhatsApp
A Defesa Civil de Itaquaquecetuba colocou seus agentes a disposição para ajudar Santa Isabel no que for necessário Agentes estiveram reunidos ainda ontem, no gabinete do Prefeito Dr. Carlos Chinchilla e a Câmara Técnica do Condemat (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê), a fim de reforçar as medidas preventivas a serem aplicadas no município.
“O momento agora é de solidariedade e por isso, toda ajuda é sempre bem-vinda. Juntos conseguiremos recuperar nossa cidade”, finaliza o Prefeito.