É Fogo – Essa semana as redes sociais do Jornal Ouvidor e os telefones da redação soaram várias vezes por dia com chamados de pessoas reclamando da fumaça que cobria os bairros e grande parte da cidade.
Santa Isabel é um vale e, com as queimadas nos dias mais quentes, como ocorreu nesses dias, a fumaça fica presa, no nível da cidade, pressionada pelo ar quente e seco que domina a atmosfera. E de quem é a culpa?
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O responsável pela defesa civil e da secretaria de meio ambiente foi acionado, a nosso pedido, por várias vezes. Em uma delas estava agendada uma entrevista em nossa live de quinta-feira exatamente para falarmos das queimadas. Mas ele não pode comparecer, estava envolvido no controle de um incêndio em terreno baldio no Parque São Benedito. De lá, falou a vivo, com nossos internautas pedindo, mais uma vez que não coloquem fogo em terrenos e que denuncie quem o faz.
Mas o que pode fazer um secretário de meio ambiente que acumula outras funções fazer diante das chamas em terrenos que ameaçam outros imóveis? Somente avaliar a extensão do dano e o risco existente na área para, se necessário, acionar o Corpo de Bombeiros. Nada mais além de ouvir a reclamação da vizinhança que fala dos danos à saúde, às roupas estendidas nos varais, nas varandas e piscinas e nos efeitos colaterais, especialmente em crianças e idosos.
Recomendo a leitura atenta da coluna escrita pela advogada Dérika Viana Machado, nessa edição. Ela própria foi vítima na quarta-feira de um incêndio criminosos no bairro onde ela mora em Santa Isabel e, em meio da fumaça, ela pode vislumbrar a presença de um vereador, aparentemente promovendo a queima no imóvel.
Em seu texto ela apresenta a necessidade de a população se unir em uma ação coletiva no sentido de responsabilizar quem quer que seja pelos danos ambientais causados à cidade e os prejuízos aos cidadãos, incluindo nesses, os efeitos sobre a saúde de milhares de pessoas.
O município não dispõe de uma unidade de Corpo de Bombeiros e nem uma equipe habilitada a atuar nesses momentos. A defesa Civil, atualmente sob a responsabilidade do mesmo secretário de meio ambiente, é um gabinete onde avalia os riscos que podem ocorrer no município e identifica as formas de mitigá-lo. Mas atuar diante de crimes ambientais como os que estão ocorrendo nada pode fazer, sequer tem poder de polícia para deter uma pessoa que, eventualmente, esteja ateando fogo em alguma área.
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Cabe à própria população ficar atenta aos imóveis que tradicionalmente são limpos com a queima da vegetação. Há uma repetição sistemática desse método e, no momento oportuno chamar a polícia para deter novas ocorrências. Ao poder público cabe se preparar melhor e adquirir equipamentos para atuar, além de habilitar funcionários para esse fim.