Rio Grande do Sul vive sua maior tragédia climática

Em 2011, a região serrana do Rio de Janeiro registrou aquela que foi considerada a maior tragédia climática do Brasil com 918 mortos

Rio Grande do Sul
Foto: Reuters - Amanda Perobelli

As chuvas intensas que ainda caem sobre o Rio Grande do Sul colocam o estado na lista das maiores tragédias climáticas já vividas no Brasil. Ao todo, até o fechamento desta matéria, pelo menos 417 dos 497 municípios gaúchos, ou seja mais de 80% do estado, foram atingidos pelas fortes chuvas que chegaram a partir do dia 29/04.

Foi notícia no Ouvidor

Com 10,88 milhões de habitantes, de acordo com o Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já são 1,36 milhão de pessoas afetadas pelas chuvas, o que representa 12,55% dos habitantes do estado.

Até o início desta semana, já eram 100 o número de mortos e mais de 130 desaparecidos. As águas do Lago Guaíba, atingiram níveis históricos e ultrapassou o nível da cota de inundação (3 metros). Em 1941, a Capital Porto Alegre registrou aquela que era sua enchente histórica, quando o Guaíba chegou a marca de 4,76 metros. No último domingo, 05/05, esse recorde foi batido ao chegar a marca de 5,33 metros.

Rio Grande do Sul
Foto: Reuters – Amanda Perobelli

Especialistas afirmam que a atual tragédia climática do Rio Grande do Sul já é a maior vivida pelo povo gaúcho, mas não é a maior já registrada no Brasil. Em 2011, a região Serrana do Rio de Janeiro registrou em 3 horas, o volume total de chuva que era esperado para o mês. O solo encharcado, levou uma enxurrada de lama para as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, 918 pessoas morreram e cerca de 100 pessoas ainda são consideradas desaparecidas.

Ainda no Rio Grande do Sul, o estado já havia sido vítima das fortes chuvas em setembro do ano passado. Enxurrada e transbordamento de rios alagaram cidades gaúchas, sobretudo os municípios de Muçum e Roca Sales. O evento climático ocorrido em 2023, já havia sido considerado o pior da história do estado com 54 mortes.

Corrente do bem

Várias cidades brasileiras estão se mobilizando para ajudar às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul. As arrecadações estão chegando com apoio do governo e da iniciativa privada, os donativos vão desde material de higiene, limpeza, até roupas, alimentos e água. Com abastecimento prejudicado em todo o estado as doações de água estão aliviando o racionamento e escassez de água potável vivida pelos gaúchos.

Por meio de uma campanha de arrecadação na internet a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou a Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, um total de 220 purificadores de água, que de acordo com a Agência Brasil, devem ser distribuídos para abrigos públicos mantidos pelas prefeituras gaúchas.

“A grande utilidade do purificador é viabilizar água potável para os abrigos que não têm água potável. Boa parte dos abrigos pode ter água potável. Então, 220 purificadores, na nossa avaliação, serão suficientes para suprir a demanda por água potável nesses abrigos, que estão concentrados, na sua grande maioria, aqui na região metropolitana”, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta.

Segundo dados atualizados da Defesa Civil estadual, até a noite desta quarta-feira, 08/05, 130 pessoas estão desaparecidas e 163 mil estão desalojadas, ou seja, pessoas que tiveram, em algum momento, que buscar abrigo nas residências de familiares ou amigos. Nos abrigos mantidos pelas prefeituras e pela sociedade civil, estão 67,4 mil pessoas.

Atenção com os golpistas

Ainda sobre doações ao estado, o governador do Rio Grande Sul, Eduardo Leite alertou os brasileiros sobre a ação de golpistas envolvendo os canais oficiais de doação como o SOS Rio Grande do Sul. “Quando forem fazer a doação, é SOS Rio Grande do Sul que aparece como destinatário e a instituição é o Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul)”, disse. “Se aparecer algo diferente na hora da realização do PIX, trata-se de um golpe”, complementou o governador.

“No meio de tanta solidariedade, tem aproveitadores que usam a sensibilidade das pessoas para aplicar golpes. Isso é lamentável”, afirmou Leite.

As doações para o SOS Rio Grande do Sul, podem ser feitas para a chave PIX CNPJ 92.958.800/0001-38. Até o início desta semana, cerca de R$ 38 milhões foram doados pelo PIX, por pessoas físicas e jurídicas.

Postos oficiais na região

Na região, Arujá e Santa Isabel estão promovendo campanhas de arrecadações ao Rio Grande do Sul. Em Arujá, a campanha promovida pelo Fundo Social de Solidariedade de Arujá em parceria com a Associação das Empresas do Centro Industrial (Aecia) recebe doações na sede do Fundo Social, localizado na avenida Amazonas, 743, no Centro. Informações no telefone (11) 4651-4097.

Na vizinha Santa Isabel, a Campanha está sendo promovida pela Associação Comercial e Industrial de Santa Isabel (Acisi) em parceria com a Defesa Civil municipal e os Correios. As doações podem ser entregues na sede da Acisi, localizada na Rua Imperatriz Tereza Cristina, Nº 62, centro de Santa Isabel.

**Essa matéria pode passar por atualizações.

 

 

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