Prevenir é um ato de amor

Em campanha para dezembro vermelho, a história de Emanuelle Araújo mostra a importância da prevenção contra o HIV-AIDS.

A história marca fenômenos extraordinários para que sejam lembrados pelo resto de nossas vidas, sejam eles bons ou ruins. Diferente de muitos, o Vírus do HIV – AIDS marcou a era dos anos oitenta como o mal do século, cantores da música popular brasileira como Cazuza e Renato Russo, são lembrados até hoje não somente pelas músicas e letras marcantes, mas também pela epidemia que levou milhares de pessoas a óbito.

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Embora para muitos a realidade vivida nos anos oitenta venha parecer tão distante dos dias de hoje, ainda existem milhares de pessoas que morrem pelo vírus sexualmente transmissível, como mostra o levantamento realizado no ano de 2021 pela UNAIDS Brasil, onde cerca de 650 mil pessoas vieram a óbito e outras 1,5 milhões de pessoas eram recém-infectadas no mesmo ano.

Para muitos é um tabu falar sobre a doença, mas ainda há quem demonstre a importância do saber, como Emanuelle Araújo, de 31 anos, soropositivo a mais de onze anos e canal de informação a portadores do vírus através das redes sociais a cerca de dois anos. O conteúdo produzido para o Instagram partiu do nascimento de sua primeira filha, como motivação de vida a quem ainda acredita que não se pode conviver com o vírus.

A chegada do mês de dezembro nos traz reflexões de histórias contadas por soropositivos, que nos mostram a importância da utilização de preservativos para evitar a transmissão do vírus da AIDS. Emanuelle relata que mesmo em um relacionamento sério que manteve por anos, um único deslize mudou sua vida por completo.

– Eu vivia um relacionamento sério com um homem mais velho e ele nunca me obrigou a ter relações sem preservativo, mas toda a minha família o conhecia, parecia ser um homem responsável, então ele me pediu e eu aceitei – falou ela a respeito do sexo sem proteção.

Emanuelle ainda conta que o namorado a orientou a ir até o ginecologista após o surgimento de pequenas verrugas em sua pele e solicitar um exame para HIV, quando soube que era soropositivo. Ele se negou a fazer o exame e ameaçou Emanuelle de morte se terminasse o relacionamento, então ela conviveu com ele ao seu lado por mais um ano.

–Minha família ficou abalada, eu perdi amigos e homens me disseram que eu não poderia conceber filhos por conta do HIV – Emanuelle disse que por muito tempo achou que sua vida nunca voltaria a ser como antes, mas, com a ajuda de um amigo, conseguiu sair do relacionamento a qual estava e passou a realizar sessões de terapias, o que lhe ajudou a entender mais sobre o vírus e aprender a conviver com ele.

Ao contrário das falas negativas do passado, hoje Emanuelle é casada e tem duas filhas. O seu tempo é dedicado a campanhas de prevenção e orientação a portadores do HIV-AIDS, deixando claro, através do seu depoimento, a importância do sexo seguro seja com quem for e lembra: Prevenir é um ato de amor.

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