Essa semana Ubatuba começou uma nova era para a administração local. Os visitantes e turistas interessados em passar mais de quatro horas na cidade, detentora de um dos litorais mais bonitos de São Paulo, terão de pagar uma taxa que varia de R$3,50 (motos); 13 reais para carros pequenos, e R$60,00 para caminhões. Ônibus de turismo já pagam.
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A justificativa é mitigar, com o recurso arrecadado, o impacto que o lixo trazido ao município custa em termos ambientais e operacionais. São isentos os veículos emplacados nas cidades entorno (de Parati a Ilha Bela), proprietários e locatários de imóveis e veículos oficiais.
A cobrança será feita com sensores instalados nas entradas e saídas da cidade e pode ser paga através de selo colados aos parabrisas, como as tags de pedágio, diretamente na empresa contratada pela prefeitura para operar o sistema via site ou diretamente. O não pagamento sujeita a inscrição do veículo com posterior cobrança através do sistema nacional de transito.
Essa é uma novidade em São Paulo, uma experiência que Ubatuba poderá exportar para outros municípios que são igualmente procurados pelo turismo às vezes predador. Mas poderá ser também um alento para outras cidades que, como menos atrativos, passem a ser buscadas exatamente porque franqueiam suas entradas. Cabe a elas então além de criar atrativos, se organizarem e se divulgarem buscando atrair o turista que tinha em Ubatuba e, em breve outros municípios, o local de passar o fim de semana, o feriado prolongado ou mesmo a temporada.
Somente dentro de alguns meses, possivelmente um ano ou mais, se saberá o impacto que efetivamente essa cobrança causou à economia do município. Certamente alguém, do comércio ou da indústria vai sentir diferença no próprio empreendimento. Que o digam os donos de pousadas, bares, restaurantes e ambulantes. Aprovarão a medida porque terão melhores condições ambientais na cidade, ou não?
Esse é um exemplo que cidades como Campos do Jordão, Brotas e outras do litoral vão poder seguir. Ilha Bela tentou a cerca de dois anos, mas um problema na licitação impediu, até agora, a continuidade do projeto.
Certamente, se um dia forem bem equipadas com ferramentas atrativas ao turismo, Arujá, Santa Isabel, Igaratá, Guararema e Nazaré Paulista poderão experimentar essa solução para aumentar as receitas municipais. Até lá terão de se esforçar para garantir que a limpeza, a segurança e natureza sejam mantidas com recursos próprios. Mas nada impede de começar a planejar para, no médio e longo prazo, atingirem o status de cobrar dos visitantes como já se faz em inúmeros lugares do mundo.