O gado político

Santa Isabel
Advogado e colunista do Jornal Ouvidor, Dr. Luís Carlos Correa Leite.

Ninguém pode duvidar da força que têm os partidos de esquerda para criar expressões que servem de “carimbo” contra os seus oponentes. No Brasil, isso ocorre desde a redemocratização, com o surgimento do Partido dos Trabalhadores. E uma das expressões mais utilizadas desde as últimas eleições tem sido a de imputar aos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro a denominação de gado. Ou seja, um agrupamento que segue o líder – macho alfa – de forma servil, quase cega, uma manada.

Foi notícia no Ouvidor

Mas parece que o verdadeiro “gado político” do Brasil é o P.T. Sim, são os petistas que seguem de maneira animal o seu macho alfa, que é o presidente Lula. Só que este, ao invés de usar o sino de comando, usa uma “flauta mágica”, com a qual leva os petistas para onde quer.

Inicialmente, o grande inimigo era o então governador Paulo Maluf, para o qual a esquerda pedia prisão. “Maluf na cadeia” era o bordão da época. Porém, bastou surgir o interesse político de Lula para que este, junto com o então candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, fosse aos jardins da mansão de Maluf para pedir apoio, inclusive com a clássica foto. Na verdade, foi uma vingança de Maluf, mas a petezada aceitou, como manada que é.

Depois tivemos o episódio da candidatura de Geraldo Alckmin a vice-presidente de Lula. O mesmo Geraldo que, tanto em 2.006 como em 2.018, acusava o petista de corrupto e era combatido sem trégua pelo P.T. – inclusive no estado de São Paulo – foi carregado no andor da hipocrisia pela turba petista. Bastou a manada ouvir o som da flauta mágica que tudo foi esquecido.

Agora temos a situação da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Esta deixou o Partido dos Trabalhadores sob a alegação de que não podia ficar numa agremiação comprometida com a corrupção. E, na votação do impeachment contra a ex-presidente Dilma Roussef, votou pela cassação do mandato desta. Ou seja, participou ativamente daquilo que o próprio Lula chamou de um golpe contra a então presidenta.

E os petistas seguiram o coro, não perdoando a então conhecida como Martaxa, Mas, mais uma vez Lula, de olho na conquista da prefeitura de São Paulo pelo candidato Guilherme Boulos, viu em Marta uma ajuda preciosa, e não só impôs sua volta ao Partido dos Trabalhadores como a ungiu como candidata a vice-prefeita da cidade. E a manada petista bateu palmas, pois é assim que anda o gado político disciplinado.

Mas, verdade seja dita, também temos um gado menor, menos obediente, que é o que seguiu o ex-presidente Bolsonaro. Deste, podemos dizer que é um gado em permanente estouro, rebelde, como o é o seu atrapalhado atual macho alfa, Jair Bolsonaro.

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