As altas temperaturas do verão, fazem com que muitas pessoas passem a procurar por lazer e diversão em cachoeiras, represas ou piscinas, mas essa procura incessante para se refrescar, acompanhada de imprudência ou autoconfiança, pode aumentar os riscos de afogamento. Até o ano passado, mais de 16 brasileiros morreram por dia, vítimas de afogamento e o número de crianças, vitimadas pela água, também preocupa.
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Para alertar sobre os riscos e os cuidados necessários, a fim de que o lazer não termine em tragédia, o Jornal Ouvidor, por meio de seu programa no Youtube, promoveu uma entrevista com o médico intensivista e Diretor Clínico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Isabel, Dr. Luís Jimenez e o Coordenador da Defesa Civil do município, João Buosi.
Os especialistas alertaram sobre o risco de afogamento e destacaram o quanto as ações de conscientização se intensificaram em Santa Isabel, principalmente pelo fato da cidade, ser um ponto turístico para quem quer se refrescar seja na represa do Jaguari, nas inúmeras cachoeiras espalhadas pelo município, ou nas piscinas das chácaras e sítios isabelenses.
De acordo com Dr. Luís, em 2022, Santa Isabel registrou duas mortes de crianças por afogamento, ambas aconteceram no período de férias escolares, época do ano em que os acidentes com este público aumentam. “Foram acidentes em piscinas, em um dos casos a criança já chegou em óbito na UPA e em outro, até conseguimos reanimá-la e encaminhar para uma unidade de suporte avançado, mas infelizmente ela morreu três dias depois”, recorda.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, indicam que até o ano passado, aproximadamente quatro crianças morreram por dia afogadas no Brasil e muitas dessas mortes ocorrem em piscinas e em acidentes que poderiam ser evitados: “Mesmo no ambiente doméstico, não podemos nunca deixar as crianças sozinhas dentro das piscinas, precisamos que haja um adulto sempre por perto, mesmo que a criança saiba nadar, pois alguns afogamentos acontecem por as vezes enroscar o cabelo em algum ralo, ou até mesmo o pé na escada que dá acesso a piscina, enfim acidentes simples que ocorrem na maioria das vezes pelo excesso de confiança”, explicou João Buosi.
Quando forem nadar com uma criança no mar ou em lagos, o coordenador alerta para a necessidade da criança estar sempre acompanhada de um adulto, com a distância máxima de um braço, assim se for necessário prestar qualquer socorro, ele pode acontecer de maneira mais rápida.
A autoconfiança e imprudência são as principais causas de acidentes com afogamento nas cachoeiras, lagos e represa no município. Os especialistas explicam que isso se deve em decorrência, das pessoas acharem que conhecem tão bem a área, mas eles lembram: “A água engana”.
“Tenha medo, não se deixe enganar. Infelizmente quando temos casos de afogamento nessas áreas notamos que na maioria das vezes, a pessoa se afogou porque achava que conhecia bem a área”, disse João.
Dr. Luís ressalta ainda que a imprudência de muitos banhistas também contribuem para acidentes que poderiam ser evitados, principalmente quando estes resolvem nadar embriagados: “Jamais entrem na água, principalmente em lagos, represas ou mar se estiverem sob efeito de álcool. A possibilidade de um acidente acontecer é bem maior”, alertou, completando: “Outra imprudência muito comum dos banhistas é desrespeitarem às sinalizações que indicam os riscos de afogamento em determinadas áreas. Se o local não é apropriado para banho, não nade”, disse.
Em Santa Isabel, a Defesa Civil afixou placas de sinalização em um ponto da Represa do Jaguari, situado no final do Bairro Jd. Eldorado. Por ser de fácil acesso, o local é frequentemente utilizado por banhistas em sua maioria, adolescentes e crianças: “Ali existe um risco grande de afogamento e já alertamos, principalmente a comunidade local, para que deixem de frequentar a área”, disse Buosi.
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No fim do ano passado, dois homens morreram na cidade, após se afogarem. Eles estavam mergulhando na represa e a dupla morte ocorreu na tentativa de salvamento, após um deles se afogar primeiro. Casos assim, são muito comuns quando se está nadando em grupo. Nestes casos Dr. Jimenez e o coordenador da Defesa Civil alertam que o melhor a se fazer, é acionar o socorro imediato.
“Se for seguro, procure lançar para pessoa um objeto flutuante, pode ser uma boia ou tampa de isopor, para que ela se agarre e consiga se manter na superfície, até a chegada do socorro”, destacou Buosi.
“Mas é importante que a tentativa de socorro, a alguém que esteja se afogando, deve ser feita sem que você se coloque em risco e acabe se afogando também. O ideal, após lançar os objetos flutuantes é de imediato, acionar o Corpo de Bombeiros no número 193. O quanto antes isso for feito, melhor é para se ganhar tempo”, completou Dr. Jimenez.
No caso de chácaras e sítios o ideal é sempre ter, próximo a área de lazer o número de telefones das emergências sempre visível (CRESAMU: 4799-3591; Corpo de Bombeiros: 193).
A entrevista completa com o Coordenador da Defesa Civil de Santa Isabel e o Médico Intensivista pode ser conferida no Canal do Ouvidor no Youtube.