Faltam 10 dias para começar o inverno, ocasião em que doenças respiratórias são mais comuns em razão das baixas temperaturas. Paralelamente, em todo o Brasil cresce o problema da escassez de medicamentos, enquanto o número de casos positivos de Covid-19 aumenta, inclusive na região.
E o problema não está apenas nas farmácias inclusas no Sistema Único de Saúde (SUS), atinge igualmente a rede privada, onde os pais transitam de uma drogaria para outra em busca de antibióticos para as crianças acometidas por enfermidades respiratórias.
Em 30 de maio, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) encaminharam um ofício ao Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, alertando sobre o risco de desabastecimento.
“O desabastecimento nas redes pública e privada já alcança diferentes estados brasileiros. Há falta de antibióticos, antitérmicos, xaropes e antigripais, entre outros essenciais, o que representa um grave risco para a saúde da população”, diz trecho do documento.
Farmacêuticos da região afirmam que a situação dos antigripais já está normalizando, mas os antibióticos seguem em falta como: amoxicilinas com clavulanato e azitromicina de uso pediátrico.
O Conselho Regional de Farmácia orienta que os pacientes peçam aos médicos mais de uma opção de fármaco, além de indicar o genérico, para facilitar a busca.
Até o fechamento desta edição, o Estado de São Paulo não retornou aos questionamentos enviados pela reportagem do Ouvidor.
Medidas locais
Em Santa Isabel, a secretária de Saúde Helena Inácio destaca que está adotando medidas para garantir o atendimento farmacológico da população.
“Primeiramente, estamos trabalhando com informação, explicando em todos os postos que existem três esferas de poder responsáveis pelo abastecimento das farmácias. Há medicamentos fornecidos pelo município, outros pelo Estado de São Paulo – Programa Dose Certa e, por fim, temos a Farmácia Popular do Ministério da Saúde”, diz Helena.
De acordo com a Secretária, muitas vezes a pessoa não sabe que pode obter o remédio gratuitamente, ou com desconto de 90%, nas farmácias cadastradas no Programa Farmácia Popular.
Helena conta que até maio, deste ano, o município já investiu R$68.523,40 em aquisição de remédios e está em processo de revisão da Relação Municipal de Medicamentos (Remume).
“A última atualização é de 2014, precisamos adequar o Remume para a realidade de Santa Isabel e a sua demanda. Por exemplo, podemos retirar da nossa lista o que o Estado já fornece e acrescentar outros medicamentos que não encontramos em nenhuma das outras esferas, como os recomendados aos pacientes da saúde mental”, explica a Secretária.
Participação dos especialistas
A renovação do Remume não será de responsabilidade exclusiva da secretaria de Saúde. Além de formar uma comissão interna com especialistas, Helena abriu uma consulta pública para que os profissionais da área de saúde possam opinar.
“As doenças mudam e os tratamentos evoluem, portanto, a lista de medicamentos deve acompanhar, pois o município só pode comprar os medicamentos inscritos no Remume”, diz Helena.
Com base nas enfermidades mais recorrentes no município, médicos, enfermeiros, dentistas, farmacêuticos etc, que atuam em Santa Isabel, podem até o dia 15 de junho opinar quais medicamentos devem ser inclusos, substituídos e excluídos na Relação Municipal de Medicamentos. A consulta aberta está disponível numa plataforma exclusiva da internet, cujo link está disponível no site do Jornal Ouvidor.
Prevenir antes de remediar
Entre as opções de prevenção às doenças respiratórias, a secretaria de Saúde segue em Campanha de Vacinação contra Influenza e, também, contra a Covid-19. As vacinas estão disponíveis em todas as salas de vacina dos postos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h30.
Apesar dos esforços impressos nas campanhas, alguns grupos prioritários de vacinação contra a Influenza não chegaram a 60% de cobertura vacinal em Santa Isabel e este é o único da região que ampliou o grupo de vacinação infantil – na faixa de 5 a 12 anos -, até o momento, o número total de doses aplicadas é de 9.005 doses.
Contra a Covid-19, enquanto a cobertura vacinal dos adultos está acima de 94%, a imunização de crianças de 05 a 11 anos não chega a 70%, a segunda dose de reforço está em 66,5%, com 3.485 crianças vacinadas.
“É uma questão de cuidado da qual os pais podem utilizar a sabedoria popular: ‘antes prevenir, que remediar’. Pensando assim, usem os recursos que estão disponíveis na rede pública de saúde. Vacinem! Quem ama, cuida”, diz a diretora em Saúde, Rosa Ravazzi.