De repente uma guerra

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Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

De repente uma guerra – Parece que já assisti esse filme. Me lembro como hoje quando em abril de 1982 a Argentina invadiu a Ilhas Malvinas na esperança de tomar o território então dominado pelos ingleses. O objetivo era para acender na população o patriotismo que a ditadura havia dilapidado.

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A aventura durou pouco mais de dois meses e custou milhões de dólares tanto para a Argentina quanto para o Reino Unido e, mais do que isso, custou 649 vidas argentinas e 255 britânicas além de três civis que nada tinham a ver com a história (salvo engano).

Essa semana o Nicolás Maduro realizou um plebiscito consultando a população se deveria, ou não anexar o território de Essequibo, uma área de 160 mil Km² ocupadas atualmente por 125 mil guianeses que não foram convidados a participar do sufrágio. O território corresponde a 2/3 de toda área da Guiana, antiga colônia inglesa na América do Sul.

Tirando os aspectos econômicos já que o território, coberto de selva, é rico em petróleo e ouro, a invasão significa para Nicolás Maduro o mesmo que Malvinas significou para a ditadura argentina.

No próximo ano Maduro deve enfrentar uma eleição e o patriotismo exacerbados é um ótimo elemento para agregar a população especialmente em uma guerra que, como todas as guerras explode uma economia pujante cuja conta só se apresenta anos depois sacrificando ainda mais a população, tendo vencido ou perdido a guerra.

Acredita-se que seja pouco provável a ocorrência de conflitos bélicos, mas como disse o próprio Irfaan Ali, presidente da Guiana, Maduro é imprevisível e dele qualquer ideia pode se transformar em ação. Sua história tem demonstrado que se trata de uma pessoa inconsequente.

Lula que além de aliado de Maduro cultiva boas relações com a Guiana quer colocar o Brasil como mediador nesse conflito que existe há mais de um século. E é essa a esperança de todos os países latinos, que o Brasil seja realmente em um líder regional capaz de desarmar os espíritos e dirimir essa dúvida territorial sem prejudicar nenhum dos lados.

Na eventualidade de uma guerra aberta, nossa esperança é que ela termine como a invasão das Ilhas Malvinas, com a queda da ditadura de Nicolás Maduro. Pessoalmente entendo que Essequibo deve continuar do jeito que está e essa é a tendência uma vez que em 2025 uma eleição também pode ser disputada pelo atual presidente que terá, na defesa de seu território uma excelente base para a campanha.

O risco para o Brasil é somente a presença de militares americanos na Amazônia, já que esse território em alvo da cobiça de muitas superpotências e os Estados Unidos já anunciaram a sua disposição de defender o território guianense.

A liderança do Brasil nesta hora está em cheque.

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