Mais de 2.800 afegãos refugiados chegaram ao Brasil com visto humanitário após o domínio do país pelo regime radical do Talibã. Muitos ainda estão abrigados no aeroporto de Guarulhos, desde outubro sem nenhum tipo de assistência do governo, mesmo assim, preferindo se manter em suas barracas a ter de viver em meio à guerra em seu próprio país.
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Embora a situação ainda seja difícil para muitos deles, existem famílias que já sorriem e tem boas histórias para contar, entre elas os Hussaini, uma família de sete membros: Rahima, a mãe de 42 anos. Ali Bakhsh, o pai de 45 anos. Masumah, a filha mais velha de 20 anos. Mahdi, o mais velho dos homens com 18 anos. Mohsin de 12 anos. Mustafa de 8 anos e o mais novo, Mahya de 5 anos.
Ali Bakhsh, era comerciante. Sua filha, Masumah, havia acabado de terminar o Ensino Médio e estava animada para iniciar a faculdade, mas teve que interromper o início de um sonho, assim como seu irmão Mahdi, campeão de Tae-kwon-do no Afeganistão após o domínio do grupo extremista.
Santa Isabel se tornou o abrigo dessa família e tem dado a eles a oportunidade de viverem novos sonhos, porque muitas pessoas comovidas pela situação, têm lhes ajudado a recomeçar. A diferenciação da cultura, dos costumes e do idioma não foi um empecilho quando a Dra. Denise Coutinho se deparou com a família durante uma ação comunitária que estava realizando no aeroporto, a cerca de um mês.
– O que me fez pensar, naquele momento, foi que não importava nível social, carros de luxo, casas de alto padrão ou até mesmo uma boa profissão. Num instante, podemos não ter e não ser mais nada! Contou ao se lembrar daquele dia. O número de membros também chamou sua atenção, pois sabia que seria mais difícil abrigá-los do que os outros em grupos menores, então ela e seu marido decidiram adota-los e traze-los para Santa Isabel.
Com o apoio da Igreja Way de Arujá e do grupo das Mulheres de Batom, hoje a família Hussaini tem um lar totalmente mobilizado para morar, armários cheios de roupas e alimentos e a chance da ressocialização no município através do suporte da Prefeitura de Santa Isabel. O sogro de Denise, Valdevino Coutinho, seu marido Paulo Coutinho e um grupo voluntário de professores se dispuseram para ajuda-los na alfabetização e na adaptação dos novos costumes.
O mestre de Taekwondo, Rameda, tem dado suporte ao sonho do mais velho entre os homens, Mahdi, que tem voltado a praticar o esporte que ama. A irmã mais velha Masumah pretende iniciar a faculdade e tem recebido propostas de trabalho de grandes empresas também.
– Viemos neste mundo para servir! Ver a família em um lar nos fortalece a continuar essa missão de ajudar o próximo. Devemos ter a consciência da importância do acolhimento e se colocar sempre no lugar do próximo, disse Dra. Denise ao vê-los em sua nova casa, agradecida a todos que estão lutando pela causa.
Leia na versão digital desse jornal a carta de agradecimento escrita por Ali, para manifestar a gratidão da família aos brasileiros, à embaixada, à igreja e à imprensa.
Para ajudar a família de refugiados, entre em contato com a Dra. Denise Coutinho através do WhatsApp (11) 99400-7606.