Atualmente o Brasil possui um total de 575.930 médicos ativos, na proporção geral é 2,81 médico por mil habitantes. Se comparado ao ano de 1990, quando o total era de 131.278, o número de profissionais ativos no Brasil quadruplicou. Os dados são do Conselho Federal de Medicina (CFM) e foram divulgados nesta segunda-feira, 08/04.
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Os dados integram a pesquisa “Demografia Médica” e consideram dados verificados de profissionais devidamente formado e licenciados para atuarem até janeiro de 2024. No indicador de 2,81 médico para cada mil habitantes, o Brasil está superando países como Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e México.
Avaliando o crescimento no número de médicos de 1990 aos dias atuais, o CFM destaca ainda que a população brasileira cresceu 42% no mesmo período, passando de 144 milhões para 205 milhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): “Com isso, é possível ver que o número de médicos aumentou oito vezes mais do que o da população em geral”, pontuou o órgão.
Apesar do avanço expressivo no número de novos profissionais, impulsionado pela expansão no ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde, o CFM vê com preocupação esse crescimento acelerado, justamente pela implicação na qualidade do ensino e da real assistência ofertada a população.
“Os dados indicam que o Brasil conta hoje com mais médicos. Mas a que custo? Observamos a criação indiscriminada de escolas médicas no País sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade do preparo dos futuros profissionais da medicina. Outra questão a ser observada é que o aumento do número de médicos deve implicar também em melhores condições de trabalho e de estímulo para que a assistência ocorra da forma adequada. A equação do atendimento, em especial na rede pública, não é uma questão apenas matemática, mas de planejamento e boa gestão”, afirma o presidente do CFM, José Hiran Gallo.
O CFM não descarta a possibilidade de que até 2028, o País passe a contar com uma proporção de 3,63 médicos para cada mil habitantes, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). Atualmente, cerca de 35 mil estudantes concluem o curso de medicina e entram no mercado de trabalho.
Idade e gênero dos profissionais em atuação
A pesquisa traz ainda informações que ajudam a delinear características do perfil dos profissionais brasileiros. Um dos aspectos avaliados é a idade média dos médicos em atividade no Brasil, que hoje está em 44,6 anos. Entre os médicos homens, a idade média é de 47,4 anos. Já para as médicas, é de 42 anos. “Observa-se também uma diferença no tempo de formação entre os gêneros: em média, os médicos têm 21 anos de formados, enquanto as médicas têm, em média, 16 anos”, acrescenta.
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os números revelam uma crescente feminização da medicina, com a sustentação dessa tendência ao longo dos anos subsequentes, com o número de mulheres continuando a exceder o de homens ingressando na medicina. Em 1990, as mulheres representavam 44% dos médicos que começavam a atuar, enquanto os homens representavam 56%. No início de 2024, essa proporção se inverteu sendo 60% de mulheres e 40% de homens.