Política é futebol

Bruno Martins, repórter e editor assistente do Jornal Ouvidor.

A expectativa de alguns está na convocação do futuro novo time que, junto com os prefeitos eleitos, comandará as secretarias municipais nos próximos quatro anos. Isso não deveria ser uma preocupação apenas dos envolvidos diretamente na política, mas de cada um de nós. Política é futebol

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Vejamos como a convocação para um jogo da seleção brasileira. Questiona-se bastante o fato de a maioria dos jogadores convocados não atuar no futebol brasileiro e, com isso, viver uma realidade diferente dos jogadores que atuam aqui, com escalas de jogos distintas, campeonatos de níveis diferentes, além do tempo de preparação que acaba pesando bastante no rendimento da equipe.

Vamos pensar na cidade como um time. Mas, além do critério de atuar ou não no município, a pergunta a ser feita é: qual a preparação desse jogador?
As secretarias e diretorias municipais precisam ser pensadas de acordo com a capacidade de cada jogador em comandá-las, cada um dentro do seu espaço, desenvolvendo políticas públicas que sejam eficientes e eficazes para o setor público.

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São poucos os goleiros que conseguem defender e fazer gol ao mesmo tempo; no entanto, este profissional será mais cobrado se tomar um frango ou se não pegar aquele pênalti decisivo, afinal, fazer gol não é sua responsabilidade.

As secretarias são fundamentais para o pleno funcionamento do setor público, mas precisam ser distribuídas com critérios e não por barganhas políticas. É fundamental escolher por competência, pois este deve ser o critério na distribuição das funções públicas.

Um professor comandará muito bem uma secretaria de Educação, mas provavelmente não terá o mesmo desempenho na Pasta da Saúde, por exemplo, haja vista as experiências equivocadas já registradas em tempos passados. Bem como uma Secretaria de Cidadania não terá efetividade se nela for colocada uma pessoa que não se preocupa e tampouco compreende a necessidade de políticas sociais.

Assim como o treinador que convoca precisa estar confiante de que o time entregará tudo de si em campo, o jogador precisa ter noção do cargo que lhe foi confiado.
Para os prefeitos reeleitos, fica ainda mais o desafio de ter coragem para mexer no time quando este não está ganhando. Todos os dias são finais de campeonato, e as trocas precisam acontecer com a certeza de que as substituições podem ajudar a virar o jogo.

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