O presidente Lula

Taxação
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Quem ouve o presidente Lula tem a impressão de que o seu mandato começou no ano passado. E, como sempre, ele inventa a desculpa da herança deixada pelos seus antecessores para justificar insucessos. Foi assim no ano de 2.003, quando sucedeu o presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois tivemos oito anos de mandatos de Lula e mais seis da presidente Dilma. Ou seja, desde então já tivemos dezesseis anos de governos petistas, incluindo o atual.

Foi notícia no Ouvidor

É óbvio que muito foi feito, mas se problemas sérios ainda persistem o presidente Lula não pode jogar tudo nas costas dos governos Temer e Bolsonaro. Agora, o presidente também inventou outro culpado pela inoperância da atual administração: o Banco Central, na pessoa de seu dirigente Roberto Campos Neto, e a taxa de juros.

O Banco Central, como se sabe, passou a ter administrações independentes a partir do governo Bolsonaro, como ocorre, é bom lembrar, nos Estados Unidos. E a taxa de juros não é fixada ao bel prazer das autoridades, mas sim em função de fatores externos – em especial dos países mais desenvolvidos – e fatores internos, também em especial no tocante à política econômica do governo federal.

E essa política econômica precisa estar focada principalmente no pilar de qualquer organização estatal eficiente, que é a responsabilidade fiscal. Qualquer dona de casa consciente sabe que não pode gastar mais do que a renda familiar permite. E que primeiro devem ser cumpridas as obrigações mais essenciais, como alimentação, contas de água, luz etc.

O mesmo deveria ocorrer com os governos. Mas o que se vê é exatamente o contrário: primeiro estabelecem-se os gastos e depois passa-se a buscar recursos para pagamento.
Quando os cofres públicos não suportam os gastos, a solução é simples: aumento de impostos ou endividamento. Antigamente tínhamos a emissão de moeda, ou seja, impressão de dinheiro. Mas como essa emissão não era acompanhada da criação de riquezas, tínhamos inflação. A lei limitou essa saída.

Logo no início de seu atual mandato o presidente Lula deixou claro que não tinha compromisso com a responsabilidade fiscal, e sim com gastos sociais, em especial os prometidos na campanha.

Ou seja, Lula fez promessas e nós pagamos. E o pior: essa mentalidade de gastança se espalhou pelos diversos níveis de governo, em especial o municipal. Com a transferência de recursos ditadas pela “base política”, o que se tem visto é uma verdadeira orgia de gastos inúteis por parte das prefeituras em todo o país.

Mas, como ocorre com todos os pacientes, o termômetro da economia deu fortes sinais de que a situação passou dos limites: o dólar se valorizou tanto diante do real que o presidente se viu forçado a recuar.

Lembraram a Lula que dólar alto provoca inflação, que provoca aumento de preços e queda de popularidade. Disso ele tem horror.

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