Você vota em quem?

por Roberto Drumond

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Os estudiosos do processo de escolha dos eleitores afirmam, com certo sentido que, os “eleitores votam em si mesmo”. É um modo de dizer que o processo de escolha do candidato em quem votar passa, inevitavelmente, pela pergunta que o eleitor se faz: “é bom para mim”?

É essa resposta que oculta todo o interesse dos eleitores e é nela que reside o segredo da conquista do voto. O interesse do eleitor pode ser uma atenção imediata, como o pagamento financeiro pelo voto; uma promessa de emprego para o próprio ou de seus familiares; um benefício futuro qualquer.

Eleições Municipais 2024

Conta a lenda que no passado os eleitores ganhavam um pé de sapato (ou uma dentadura) antes das eleições e, se o candidato fosse eleito, recebia o outro pé (ou a outra peça da prótese). Nas eleições modernas além dos valores financeiras que surgem nos cantos mais obscuros, aparecem outras formas de conquistas como churrascos, chás de casamento ou de bebê, locação de materiais para comemorações e outros mecanismos de sedução política.

Esse tipo de captação de votos é resultado de um histórico que depõe contra a nossa democracia e reflete o desânimo do eleitor com relação à eleição. Ele só entende o processo eleitoral no que se refere a seu interesse pessoal.

Poucos são os que se dedicam a apresentar aos candidatos, especialmente aos vereadores, reivindicações de interesse coletivo. Quando muito, criticam os políticos e pedem pavimentação ou outros benefícios para o local onde residem.

Está mais do que na hora de pensarmos a política no seu coletivo. A escolha do candidato deve começar agora, na análise das propostas dos vereadores e planos de governos dos prefeitos, especialmente se são condizentes com a realidade do município. A política não pode continuar sendo definida ou leiloada pelo valor pago por seu voto, caso contrário continuaremos a mercê de políticos incompetentes e reféns de uma Câmara omissa e incapaz de executar o seu papel principal que é legislar e fiscalizar os atos do executivo.

Neste domingo, não esqueça que seu desejo momentâneo é aquele que pode comprometer o futuro de todos.

*Excepcionalmente nesta semana, a edição impressa do Jornal Ouvidor está sendo veiculada na sexta-feira (4), seguindo as normas eleitorais estabelecidas.

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