SP amplia serviços digitais para quem quer parar de fumar

Com nova ferramenta gratuita disponível nos Postos do Poupatempo, Governo realiza teste para avaliar o nível de dependência à nicotina e indica rede de tratamento mais próxima

85% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados tem como principal fator o cigarro, de acordo o Instituto Nacional do Câncer (INCA)

O Governo de São Paulo ampliou a oferta de serviços digitais disponíveis à população de São Paulo. A partir de agora, a Secretaria de Estado da Saúde vai facilitar a vida de quem tem o hábito do tabagismo e deseja parar de fumar por meio de um novo recurso incorporado ao aplicativo do Poupatempo.

Foi notícia no Ouvidor

O quiz “Minha Vida sem Nicotina”, Programa Estadual de Controle do Tabagismo, está disponível no aplicativo para celulares Android e IOS. O fumante consegue realizar um teste para avaliar o nível de dependência à nicotina, medido pelo Teste de Fagerström.

Com base no resultado, o programa indica a rede de tratamento mais próxima para todos os usuários de tabaco ou qualquer outra forma de substância com nicotina, incluindo, cigarrilhas, charutos, fumo mascado, narguilé e os cigarros eletrônicos.

“O programa é uma ampliação do projeto em Saúde Digital que visa otimizar o acesso e as informações dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo, para uma causa que requer extrema atenção e conscientização dos malefícios, como o tabagismo”, ressalta Maria Cristina Balestrin, coordenadora de Saúde Digital da SES.

Somente no estado de São Paulo, no período de janeiro de 2023 a junho deste ano, foram registradas 9.815 internações via SUS por câncer dos brônquios e pulmões e 4.002 por câncer de laringe, umas das doenças relacionadas ao tabagismo, juntamente com os cânceres de lábio, faringe e esôfago.

App do poupatermpo contra o tabagismo

Dia Nacional de Combate ao Fumo

Celebrado no último dia (29), a data alerta a população para os riscos do tabagismo, doença considerada a principal causa de mortes evitáveis no mundo e associada a 85% dos casos de câncer de pulmão no país, conforme os dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Para além dos riscos de cânceres, complicações cardiovasculares e problemas respiratórios, o tabagismo também afeta quem está exposto à fumaça. São os chamados fumantes passivos, que ao inalar as substâncias presentes no tabaco podem sofrer com o aumento de tosses, infecções, alergias, irritações nos olhos e dores de cabeça.

“A fumaça do tabaco contém mais de 9 mil substâncias químicas, muitas delas cancerígenas, por isso a exposição aos componentes tóxicos, até mesmo para os não fumantes, contribui para processos inflamatórios pulmonares e sistêmicos, além do aumento do risco de doenças cardiovasculares para quem está em volta ou para aqueles que convivem com fumantes”, explica Sandra Silva Marques, coordenadora do Programa Estadual do Controle do Tabagismo da SES.

Tão perigosos quanto os cigarros tradicionais são os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), comercializados no Brasil desde 2009, que abrangem os produtos de tabaco aquecido, vape, cigarros eletrônicos e e-cigs, apresentados em diferentes formatos e sistemas. Ambos apresentam a nicotina salinizada na composição e os malefícios do uso vão desde a forte dependência, emissões tóxicas similares aos cigarros convencionais e maior probabilidade do desenvolvimento de doenças pulmonares e cardiovasculares e câncer.

Uma das estimativas mais recentes, apenas para a capital de São Paulo, da pesquisa Vigitel, conduzida no primeiro quadrimestre de 2023, apontou que os homens são os maiores usuários dos cigarros eletrônicos, representando 197 mil, ou 4,8% da população paulistana. Já as mulheres, estimadas em 107 mil usuárias, são cerca de 2,2% da população. Ambos os públicos têm idade entre 15 a 60 anos ou mais, sendo que a faixa etária entre 15 a 24 anos com maior consumo do dispositivo.

Tratamento pelo SUS

O SUS oferece tratamento gratuito na Atenção Primária e em Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Adultos (Caps AD) para quem deseja parar de fumar. Para ter acesso, é necessário levar um documento com identidade a uma UBS e se inscrever no Programa Cessação de Tabagismo.

O atendimento inclui desde avaliação clínica com os profissionais de saúde até terapia medicamentosa, quando necessário. Nos encontros semanais, são avaliados pontos como o que leva o usuário a fumar, o nível de dependência da nicotina e a eventual existência de comorbidades.

O paciente também é constantemente conscientizado sobre os riscos do consumo do cigarro, os benefícios ao parar com o hábito e como prevenir recaídas. A lista de unidades credenciadas está disponível no site.

Política Estadual de Controle do Tabaco de SP

Em janeiro deste ano, a SES publicou a Resolução SS-9, instituindo a Política Estadual de Controle do Tabaco, com o objetivo de fortalecer as ações de prevenção e tratamento do tabagismo e/ou nicotinismo no estado por meio da capacitação dos profissionais de saúde, ampliação do acesso ao tratamento para cessação do tabagismo no SUS, campanhas educativas e de conscientização da população, fiscalização do cumprimento da lei antifumo e monitoramento dos indicadores relacionados ao tabagismo.

A política também prevê a articulação intersetorial com outras áreas do governo e da sociedade civil para o enfrentamento do tabagismo de forma integral e sustentável.

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