Sem extremos

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

O velho provérbio latino “in médio stat virtus” parece ter atingido o brasileiro nas últimas eleições. O resultado das urnas demonstrou que os extremos já são motivo de rejeição por parte daqueles que, através de seu voto, escolhem o caminho a ser seguido pelos municípios onde vivem.

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“A virtude está no meio”. Nem muito à direita e nem muito à esquerda foi um dos recados enviados pelos eleitores que optaram por votar nos partidos que compõem o chamado “Centrão”. São esses que conquistaram a maioria das 5.570 prefeituras. Dessa mais da metade são prefeituras conquistadas pelo PSD e MDB, verdadeiros monumentos histórico ao equilíbrio.

Foi notícia no Ouvidor

Os partidos identificados com a direita, liderados pelo PL obtiveram 2.673 municípios sendo 11 capitais, enquanto os da esquerda 752, tendo o PT obtido 252 vitórias e, apenas em uma capital.

Nesses números os grandes campeões registraram crescimento: o PSD que em 2020 contava com 662 prefeituras, terá em 2025, 891. O MDB que em 2020 perdeu 761 cidades, recuperou 78 passando para as 853 que governará no próximo ano.

Se os números mostram mudanças no comportamento do eleitor fica claro o recado: nada de extremos, nem Lula, nem Bolsonaro são cabos eleitorais significativos nas eleições municipais.

Não foi apenas esse o recado das urnas. Consigo ver que o eleitor também concorda que quatro anos é pouco para que um prefeito demonstre a sua competência na administração de uma cidade. É apenas o suficiente para que ele dê a partida a seus propósitos. O que me leva a essa opinião é o expressivo número de prefeito reeleitos nesse ano: dos 3006 que tentaram, 2461 conseguiram e terão mais um mandato para concluir o que começaram.

O que chama a atenção também na análise do resultado das eleições é o alto número de abstenções registrada nos dois turnos. Nesse ano, no primeiro turno 21,7 % dos eleitores não compareceram para votar e, no segundo turno 29,26% preferiram se omitir. Durante a pandemia, quando havia justificativa para não comparecer, o primeiro turno teve 23,2% de ausentes e no segundo 29,53%.

Tudo isso me ensina que o eleitor está mais maduro e acredita no que a tradição latina ensina: In médio estat virtus!

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