Selva está aqui – Infelizmente! Nos últimos dias vimos envergonhados cenas de crianças indígenas esquálidas, desprovidas do orgulho de serem brasileira, vítimas do descaso não de um governo, mas de uma cultura que desde o descobrimento do Brasil, liquida os povos originais.
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Fala-se que nos quatro anos de Jair Bolsonaro morreram 570 crianças de subnutrição e doenças curáveis. Objetivamente, doenças trazidas pelos garimpeiros que, atraídos pela ganância, invadem, depredam a mata, liquidam animais, envenenam as águas e, com a fortuna nas mãos se entregam a práticas nem sempre lícitas.
Antes de Bolsonaro passaram pelo palácio do Planalto, os presidentes Fernando Henrique Cardoso, o próprio Lula em duas ocasiões, Dilma e Michel Temer. Segundo o noticiário morreram pouco mais de 400 curumins nesse período, cerca de 24% menos, pelas mesmas causas, diga-se de passagem. Entre Michel Temer e a terceira eleição de Lula, 570, mas só agora se volta os olhos para essa população que vem sendo extinta a mais de 500 anos.
Há no Brasil uma cultura de que o indígena é um humano diferente. Somente em 1916 o código civil brasileiro reconhece a personalidade do indígena, assim mesmo o considera incapaz até que se integre aos costumes nacionais. Estima-se que em 1500 quando os europeus chegaram a Porto Seguro existissem cinco milhões de silvícolas no território brasileiro. No censo de 2010 (o último realizado no país), apenas 817 mil pessoas se declaram indígenas. O que aconteceu com os demais?
Os indígenas passaram a ser respeitados com o trabalho do Marechal Rondon quando começou a reconhecer o direito à terra na qual viviam e a defende-los perante os governos, mas somente em 1973, em plena ditadura comandada pelo General Médici, foi aprovado o Estatuto do Índio que os reconheceu como brasileiros e aptos a desfrutar a sua condição livremente com plenos direito de cidadania, afinal totalmente conquistada em 1988 com a constituição cidadã.
Infelizmente a história do Brasil é assim, o que não nos impede de sentir vergonha ao ver as crianças e mães yanomamis famintas e doentes, sendo eliminadas deliberadamente, para ceder espaço à ganância dos brancos. Mas não são somente os indígenas.
Na verdade precisamos mesmo é reconhecer os milhões de brasileiros que, como os indígenas, povoam margens de rios, em favelas desumanas, nas grandes e pequenas cidades e que só são lembrados nas horas das tragédias midiáticas, como os tristes yanomamis.