O Governo do Estado de São Paulo lançou nesta quarta-feira (7) a operação SP Sem Fogo para prevenir e combater incêndios florestais e queimadas em grandes áreas verdes próximas a regiões rurais e urbanas.
Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas reforçou o investimento do estado de mais de R$ 97 milhões na aquisição de equipamentos anti-incêndio, veículos, limpeza de áreas marginais de rodovias e ampliação do uso de tecnologia de boletins meteorológicos e monitoramento via satélite.
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“Hoje damos o pontapé inicial de um estado de prontidão permanente, porque chegamos nesse período mais crítico, onde as atenções vão estar voltadas para os incêndios florestais. Então, todo esse aparato de equipamentos e tecnologia à disposição dos municípios é para que a gente possa prontamente prever ou dar as respostas necessárias. Para que a gente tenha um bom resultado, evitando as queimadas, a perda de reserva florestal, a perda da fauna e do patrimônio”, afirmou Tarcísio de Freitas.
A solenidade também teve a participação do secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima, do secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Henguel Ricardo Pereira, dos secretários de Estado Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), Guilherme Derrite (Segurança Pública), Lais Vita (Comunicação), do deputado estadual Gilmaci Santos, presidente em exercício da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo entre outros parlamentares e autoridades estaduais, municipais e representantes da sociedade civil.
A operação é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e de Segurança Pública com a Defesa Civil do Estado. Além disso, conta também com ações e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fundação Florestal (FF) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Entre as inovações deste ano, o número de municípios que integram o plano preventivo da Defesa Civil subiu 87%, passando de 69 para 129 cidades participantes. Com a prevenção ampliada em mais localidades, também aumenta o número de pessoas protegidas contra efeitos da baixa umidade relativa do ar.
Outra novidade é o aperfeiçoamento do sistema SMAC, desenvolvido pela Defesa Civil em parceria com a Climatempo para identificar focos de queimada em tempo real com o uso combinado de inteligência artificial e análises de imagens de satélites. O software também faz previsões de risco de queimadas para os próximos cinco dias, permitindo o envio de alertas antecipados aos municípios.
A PM Ambiental disponibilizou 1,2 mil policiais e 560 viaturas para a operação neste ano, contando com o reforço dos 60 novos veículos entregues pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Além disso, também faz ações educativas por meio de palestras, oferta de mudas para plantio, recuperação ambiental e regeneração de áreas verdes. Já o Corpo de Bombeiros, que atende em média 25 mil chamados relativos a incêndios no período de estiagem, conta com 4,5 mil integrantes na operação, além de 20 drones e 320 viaturas.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia do Meio Ambiente, registra e investiga crimes ambientais que, inclusive, podem ser denunciados de forma 100% segura e anônima em qualquer distrito policial. A pena para quem provoca incêndio em mata ou floresta é de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.
O DER também vai investir R$ 59 milhões na contratação de serviços de conservação e manutenção das margens das rodovias, com a poda e limpeza das áreas das respectivas faixas de domínio. A limpeza das margens de rodovias é uma ação preventiva fundamental para evitar incêndios de grandes proporções em áreas verdes afetadas pela estiagem.
Desde o início de 2023, a Defesa Civil do Estado já investiu R$ 22,6 milhões para equipar serviços públicos municipais com cem veículos e 200 itens de grande porte para combate a incêndios, como geradores de energias, motosserras e tendas. Outros R$ 800 mil foram aplicados na compra dos chamados kits portáteis que incluem itens como bombas costais, abafadores, facões, luvas e óculos de proteção.
O Governo de São Paulo também vai utilizar 30 drones para identificação e mapeamento de áreas sob risco de incêndio. Ao longo dos próximos seis meses, a Fundação Florestal vai investir R$ 7,6 milhões na contratação de 114 bombeiros civis irão atuar em 81 unidades de conservação, incluindo os Parques Estaduais do Juquery, Campos do Jordão e Morro do Diabo, além das Estações Ecológicas do Jataí e Barreiro Rico.
O combate ao fogo também será feito por meio de 14 carretas com equipamento de irrigação, disponíveis nas rodovias administradas pelo DER, e aviões do modelo asa-fixa para dispersão de água sobre áreas verdes em chamas.
Queima prescrita
Ao longo do mês de junho, o Governo de São Paulo também irá promover uma técnica conhecida como queima prescrita nas Estações Ecológicas de Jataí e Itirapina, nos municípios de Luiz Antônio e Itirapina. A ação consiste em utilizar o fogo de forma controlada, em pequenos trechos e sob supervisão de equipes técnicas, para que as chamas consumam folhas, galhos secos e capim acumulado na superfície.
O objetivo é reduzir o material combustível e, consequentemente, evitar a propagação de labaredas durante os incêndios. Desta forma, uma queimada iniciada fora das estações ecológicas seria interrompida assim que atingisse uma faixa de terra em que a queima prescrita foi aplicada previamente.
Comunicação e prevenção
A participação direta da população também é fundamental para impedir e mitigar a propagação descontrolada de incêndios em áreas verdes durante a estiagem. O Governo de São Paulo está intensificando alertas em áreas com grande circulação de pessoas, como terminais de transporte público, rodovias, unidades do Poupatempo, relógios de rua e pontos de ônibus, além de campanhas em veículos de comunicação e internet.
É importante que a população não queime lixo ou jogue bitucas de cigarro em vias públicas ou terrenos. Quem solta balões comete crime ambiental, com pena de um a três anos de detenção e pagamento de multas. As denúncias podem ser feitas diretamente à Polícia Militar Ambiental ou Corpo de Bombeiros pelos telefones 190 e 193.