Às vésperas de completar 35 anos de existência e a poucas semanas da edição de número 1.500, o jornal OUVIDOR compreendeu que os debates de natureza política raramente contam com a presença de todos os candidatos. A prudência eleitoral recomenda que candidatos líderes nas pesquisas evitem situações onde possam perder votos, já que os demais concorrentes tendem a se unir contra eles. Por isso, optamos por organizar sabatinas em que os candidatos têm a liberdade de expor seus projetos, buscando sensibilizar o eleitorado.
- Receba os conteúdos do Ouvidor no seu WhatsApp
Na última terça-feira, realizamos uma sabatina com o atual prefeito, Carlos Chinchilla. Esta foi a última da sequência de entrevistas iniciada em 20/08 com o candidato Kadu, cuja candidatura foi posteriormente impugnada. Nas edições anteriores, o jornal relatou cada uma das apresentações, todas disponíveis em nosso canal no YouTube, garantindo o mesmo espaço a todos os candidatos. Reservei-me o direito de comentar apenas após a conclusão de todas as entrevistas, respeitando as propostas de cada um.
BIRA CARVALHO (PSOL)
Demonstrou excelente postura diante das câmeras e soube lidar com as questões apresentadas pelos cidadãos sorteados para formular as perguntas. Foi fiel aos seus princípios ideológicos, embora tenha apresentado propostas de difícil implementação, devido à sua identificação com o socialismo, ainda popularmente rotulado como “esquerda”.
CLEBÃO (PL)
Adotou um tom bastante técnico. Confessou que se ausentou da cidade para “aprender” em municípios governados por seu partido, os quais apresentou como modelos de sucesso. Fez críticas e denúncias à atual administração, mas garantiu que projetos como o “Rota Livre” seriam mantidos e aprimorados. Prometeu maior atenção à zona rural e afirmou que a cidade está sendo “maquiada” para as eleições. Contudo, cometeu dois equívocos: ao afirmar que o município teve queda no IDEB (quando ocorreu o oposto) e ao dizer que houve uma redução no número de contratações de trabalhadores, algo que os dados do CAGED desmentem.
TERESINHA PEDROSO (PSB)
Manteve-se elegante e respondeu com relativa segurança às questões apresentadas pelo público e pelos sabatinadores. Destacou seu plano de governo, com “mais de 60 páginas”, mas evitou algumas perguntas, transformando-as em críticas à administração atual. Fez acusações sérias sobre licitações que considerou “suspeitas”, mas silenciou ao ser lembrada de que foi vice-prefeita e secretária de cultura no mesmo governo, o que utilizou como justificativa para sua omissão em relação ao que julgou irregular.
CARLOS CHINCHILLA (PODEMOS)
Teve a vantagem de ser o último a ser sabatinado (a ordem foi definida por sorteio), o que lhe deu a oportunidade de responder às críticas e se defender das acusações feitas pela vice-prefeita. Outro ponto a seu favor foi ser o atual gestor do município, conhecendo em detalhes as limitações do orçamento e as obrigações da administração. Valorizou conquistas como o “Rota Livre”, a inclusão de especialidades médicas no atendimento à saúde, e projetos como o “Agenda Rápido” e a “UPA Pediátrica”. Contudo, escorregou em algumas perguntas feitas pelo público e aproveitou para criticar seus oponentes. Errou ao usar a expressão “circo” ao se referir a um debate organizado pelas paróquias católicas.
Esses comentários são um resumo das sabatinas transmitidas no YouTube do jornal, com a parceria do CREA-SP/AEASI, da OAB e do Instituto Vida e Saúde, aos quais expressamos nossos agradecimentos.