Reboliço e evolução

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Reboliço e evolução – A manchete da semana passada causou um reboliço na administração de Santa Isabel. Segundo alguns assessores do prefeito, a visita articulada pelo ex-vereador Reinaldo Nunes despertou ciúme no legislativo e na própria assessoria que passou os últimos meses debruçada sobre os estudos visando entender e desenhar o sistema da tarifa zero no município, contando principalmente com a ajuda da comissão da Prefeitura de São Paulo criada para implantar na capital do Estado, o mesmo benefício social.

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Mas o impacto maior foi entre os pré-candidatos às próximas eleições, em especial para o combativo Alencar. Ele foi para as suas redes sociais criticando a visita como se a busca de experiências fosse um erro. E não é! A humanidade só está no nível em que nos encontramos porquê o ser humano tem capacidade de aprender com os próprios erros e com os erros dos outros.

O projeto da tarifa zero não é novidade no Brasil e muito menos no mundo. É basicamente a aplicação de um princípio que estabelece a remuneração da fornecedora do serviço a partir do km rodado e não por passageiro, como tem sido feito ao longo dos anos. Contudo não é uma operação fácil porque envolve muitas variáveis que precisam ser consideradas para que o projeto não se torne um fracasso. Fácil é deixar como está há vários anos, com veículos sem manutenção, apodrecendo e deixando pedaços pelas estradas, sem oferece conforto e muito menos segurança.

Ao visitar uma cidade onde já se implantou o sistema (não sem contestações, diga-se de passagem), busca-se aprender (aliás, na mesma fonte onde a Prefeitura de São Paulo foi beber) e, com o aprendizado, evitar os erros. Naturalmente muito terá de ser feito, desde alterações em textos legais aos cálculos de valores que devem contemplar tudo o que se pretende e que envolve segurança, qualidade, atendimento, pontualidade e efetividade, tudo o que não se tem hoje.

A viabilidade técnica e econômica terá de ser avaliada antes de qualquer medida prática e por mais que se pretenda concretizar esse projeto em ritmo eleitoral, as possibilidades são pequenas e dependem muito mais da agilidade do legislativo do que da vontade do executivo. E é nesse cenário que o reboliço aconteceu exigindo o trabalho de apagar incêndio emotivos de alguns vereadores e assessores.

Qualquer pessoa que tenha conseguido passar dos 10 anos de idade sabe que até mesmo o crescimento pode ser dolorido, a evolução então? O futuro nunca nos oferece certezas! Sabemos apenas que não há progresso sem a dúvida, sem dedicação, esforço e sem sacrifícios! Mas, passada a tempestade se vê que valeu à pena!

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