O estado de São Paulo publicou essa semana uma reportagem que merece a atenção de todos os brasileiros. O trabalho mostra a catalogação feita pelo CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) que identifica 1.942 municípios brasileiros que se encontram em área de risco de desastre natural: enchentes, inundações e deslizamentos. Em síntese, uma em cada três cidades estão localizadas em área de risco. O levantamento é baseado em um atlas que compilou os eventos ocorridos entre 1991 e 2022 não inclui, portanto, os desastres no Rio Grande do Sul no ano passado e nem o atual que afetou 450 dos 497 municípios gaúchos.
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O documento observa ainda que o dimensionamento pode desconhecer municípios que são afetados, mas não dispõem de informações suficientes para serem analisados e eventualmente incluídos na listagem. Nesse sentido basta observar que o mapa aponta 142 municípios gaúchos quando na verdade 450 deles foram impactados pelas inundações. A extensão observada esse ano é muito mais ampla e sinaliza que os efeitos das mudanças climáticas colocam o país inteiro no mapa do risco.
No Estado de São Paulo 172 municípios figuram no mapa e entre eles está Santa Isabel que tem sofrido inundações cada vez mais graves, seja pelo aumento do volume das chuvas ou pela ausência de um trabalho preventivo capaz de atenuar os efeitos do clima.
Justiça seja feita, a atual administração tem equipado a Defesa Civil com tecnologia capaz de prever com relativa antecedência o volume das chuvas que chegam ao município, e também a frequente limpeza das vias de drenagem que minoram o represamento das águas. Contudo resta ainda a necessidade de uma ação educativa que incorpore na população a sua parcela de responsabilidade na prevenção dos eventos.
Entre 1991 e 2022 o Brasil registrou 3.390 mortes e 7,9 milhões de desabrigados em 16.241 desastres ambientais, em uma área onde vive 73% da população brasileira. São números relevantes que apontam para a necessidade de olharmos para nossas cidades que, se até o momento não tiveram mortes a lamentar, podem também ser afetadas pela força com que a natureza está nos mostrando o seu descontentamento.
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É preciso olhar com preocupação para nossos cenários urbanos e rurais. Entender as áreas que oferecem riscos à população e agir, preventivamente, para evitar o que pode ser pior mantendo as nossas estatísticas sem números tão expressivos como ocorrem em outras partes do país.
Diante dos fatos o melhor é prevenir!