O primeiro caso aconteceu na noite de terça-feira (10), no bairro Monte Serrat. Um professor foi covardemente agredido, na porta de sua casa, pelo pai de um aluno que não concordou com a forma como o educador chamou a atenção de seu filho em sala de aula. No dia seguinte, um pai invadiu a escola da rede estadual Prefeito Joaquim Simão, no bairro Ouro Fino, e ameaçou matar dois alunos que se envolveram em uma confusão com seu filho. A Polícia Civil abriu inquérito e investigará os casos.
“A agressão foi tanta que quebrou, inclusive, os dentes da vítima”, relata uma moradora que reside próximo à casa do professor agredido e prefere não se identificar. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Santa Isabel pela própria vítima. O professor leciona na Escola Estadual Major Guilhermino Mendes de Andrade, centro de Santa Isabel. A instituição emitiu uma nota de repúdio e apoio ao profissional.
“Declaramos que a violência física, o ápice da ignorância, contra um dos membros de nossa equipe, não nos intimida e nos faz solidários e fortes no intuito de colaborar com toda e qualquer investigação”, diz a nota.
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No fim da tarde de quarta-feira (11), a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência na Escola Estadual Prefeito Joaquim Simão, no bairro Ouro Fino. Segundo testemunhas, três alunos se envolveram em uma briga durante uma aula de educação física. Os estudantes foram levados a diretoria e seus pais foram acionados pela direção. Um dos pais chegou completamente alterado na escola e passou a ameaçar os profissionais da unidade e os outros dois alunos. A confusão foi tamanha que os profissionais se esconderam em uma das salas, junto com os dois alunos ameaçados, e só saíram após a chegada da Polícia Militar.
Quando a PM chegou, o pai já havia se evadido com o filho da escola. Os pais dos outros dois alunos foram encaminhados à Delegacia de Polícia, onde um boletim de ocorrência de ameaça foi registrado. O Conselho Tutelar também acompanhou a ocorrência.
Medo nas escolas
Alguns profissionais que atuam na rede estadual de educação revelam que o problema da violência atinge toda a rede: “Não é de hoje que sofremos com pais que não aceitam a forma como o professor adverte seus filhos em sala de aula. Lidamos diariamente com alunos de comportamentos e níveis de educação diferentes”, relata um profissional da rede, que prefere não se identificar.
O Capitão da Polícia Militar de Arujá e Santa Isabel, Anderson Pelegrine, informou que a PM não foi acionada para atender a ocorrência de agressão contra o professor e reitera a necessidade de a vítima e testemunhas que presenciarem atos de violência denunciarem imediatamente às autoridades de segurança: “Disque 190, enviamos uma equipe até o local e, mesmo que o agressor fuja da área do crime, é possível localizá-lo e prendê-lo. O fato de não ter acionado o 190 no ato impede o flagrante, mas ainda é possível registrar o caso na delegacia e levar à justiça como forma de salvaguardar a integridade das vítimas”, explicou.
A delegada titular de Santa Isabel, Dra. Regina Campanelli, informou que está apurando os dois casos e que os inquéritos para investigação já foram abertos.
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Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc-SP) informou que é veementemente contra qualquer tipo de violência, dentro ou fora das unidades escolares. A Pasta se solidarizou com o professor agredido e disponibilizou um psicólogo do Programa Psicólogo nas Escolas para atendê-lo. Sobre o fato ocorrido na escola Joaquim Simão a Secretaria informou que promoverá uma roda de conversa com os estudantes e os profissionais da unidade para abordar questões sobre violência no ambiente escolar e os perigos Fake News. “A Diretoria de Ensino de Jacareí e as unidades de ensino estão à disposição das autoridades e da comunidade escolar para maiores esclarecimentos”, finaliza a nota.