O governo federal anunciou na última quinta-feira (25) a intensão de reduzir alguns impostos com o objetivo de diminuir o valor final de carros novos no Brasil. A medida vai atingir as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) para a indústria automotiva.
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O projeto sem dúvida nenhuma vai aumentar a frota de veículos circulando no país uma vez que, com mais crédito e menores custos dos veículos, as classes sociais que hoje andam se espremendo nos ônibus e trens, sem dúvida nenhuma vão se lançar à compra de automóveis nem que seja para se livrar dos apertos, mas vão se amargar nos engarrafamentos.
Outro dano que poderá afetar a vida é o aumento dos índices de poluição que, de altos atualmente poderá deixar o ar irrespirável como já ocorre em países como a China onde veículos populares são vendidos à revelia.
Você pode estar pensando que sou contra a venda de veículos populares. Não sou, sou contra a decisões que se toma olhando apenas por um aspecto. Defendo, por exemplo que essa renúncia fiscal que o Governo terá de fazer para consolidar os descontos e que é estimada em alguns bilhões, sejam, de fato, colocadas na melhoria do transporte coletivo, nas aberturas de corredores exclusivos, na implantação de novas linhas de metrô, fortalecendo o coletivo e retirando das ruas o transporte individual.
Sei de muita gente, eu me incluo entre eles que, se houvesse transporte coletivo digno, deixaria seus carros nas garagens e optariam por trafegar em ônibus ou trens. Como vantagem a poluição seria menor, o tráfego mais livre e melhor ar para respirar. O país só tem a ganhar.
Mesmo considerando que essa “promoção” imaginada pelo governo para a venda de carros de até 120 mil reais que, segundo observadores da indústria automotiva poderiam ser vendidos por pouco mais de 70 mil reais seja por apenas alguns meses, a medida me parece extremamente demagógica. Já que vai provocar uma corrida de tal monte que a própria indústria não terá como atender causando uma demanda que vai gerar, como já gerou no passado, a cobrança de ágios.
Não sou economista, mas não acredito que provocar maior produção de veículos haverá também mais empregos. A indústria automotiva está cada vez mais automatizada. Assim, me soa muito mais popularesca essa ideia do que efetivo esforço para solucionar problemas econômicos.