Embora ainda não esteja aberto ao público, o já chamado “ Parque dos Imigrantes” tem suscitado críticas por parte de opositores ao prefeito Carlos Chinchila, exatamente pela denominação que foi dada à importante área de lazer criada. Apesar de as críticas serem normais dentro do quadro político curioso de uma cidade do interior como Santa Isabel, a homenagem é muito justa para aqueles que, vindo de outros países, atravessando os oceanos por quase dois meses a bordo de navios sem qualquer conforto – pois os imigrantes viajavam na terceira classe, a dos pobres – buscaram no Brasil uma vida nova, que lhes permitisse pelo menos não passar fome.
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Como se sabe, no Brasil tivemos a imigração italiana, que na região cafeeira veio substituir a mão de obra escrava; também a alemã, e depois os outros italianos, que já vieram para o Sul em busca de terras e oportunidades, além das comunidades eslavas do Paraná. Isso sem falar na sempre simpática colônia libanesa, e os judeus que, fugindo das guerras e da fome, se estabeleciam onde tivesse gente para comprar, a prestação, de preferência. E não podemos esquecer dos japoneses, que também atravessaram o mundo a bordo de navios sem qualquer conforto em busca de uma vida nova, para si e suas famílias.
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Em Santa Isabel, por volta da década de cinquenta, tivemos a criação dos bairros do Ouro Fino e do Parateí, onde uma forte colônia japonesa se estabeleceu. Os japoneses deram aos moradores brasileiros uma lição de vida e de trabalho. Enquanto os pais trabalhavam pesado na agricultura, produzindo frutas e hortaliças, seus filhos vinham para a cidade estudar. Estes também dando exemplo de vida aos jovens da cidade. Saíam de madrugada do Ouro Fino e caminhavam dez quilômetros, a pé, para frequentar o então Ginásio. E voltavam a pé também. Já os estudantes do Parateí vinham a pé até a Via Dutra e depois subiam nos ônibus da Eroles.
Na política os imigrantes também foram importantes na vida da cidade. O maior deles, ninguém pode negar, foi o prefeito Nenê Simão, de origem libanesa, que governou a cidade por quatro mandatos, além do prefeito Mamoru Tomita, de família do Ouro Fino, E o prefeito Gabriel Cianflone, filho de italianos. E agora o prefeito Carlos Chinchila, da vizinha Colômbia. Isso sem falar nos imigrantes que construíram em Santa Isabel a então indústria Karibe, , da família Cytrinowics, hoje Paramount. Ou o empresário Manilal Biswas, indiano. Ou os portugueses, como os da família Catanho, e do José Augusto.
Sem esquecer dos imigrantes que chegaram bem antes, no início dos séculos dezoito e dezenove, que criaram a fazenda Morro Grande. Cunha Lobo, Bicudo, Queluz, Fernandes, entre outros. A homenagem foi, pois, muito oportuna e justa.