O papel da oposição

por LUIS CARLOS CORRÊA LEITE

Santa Isabel
Advogado e colunista do Jornal Ouvidor, Dr. Luís Carlos Correa Leite.

Oposição – Mal os eleitos no ano de 2.022 acabaram de tomar posse e já se fala nas eleições municipais de 2.024. E política é assim mesmo. O então presidente do MDB, Ulisses Guimarães, dizia que na democracia urna chama urna e eleição chama eleição.

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Na cidade de Santa Isabel começou o clima de eleição municipal. Além do candidato natural, o atual prefeito Dr. Carlos Chinchilla, despontam também os nomes do ex-vereador Clebão, do atual presidente da Câmara, Luizão Arquiteto, e agora, o conhecido articulador político Alencar Galbiatti. São nomes experientes e preparados para o exercício do cargo.

Mas no mundo atual, em que as redes sociais ditam os rumos das coisas, é preciso que aqueles que têm pretensões políticas sejam definidos. Mais do que nunca prevalece o que está escrito: não há lugar para os mornos. É preciso ser quente ou frio. E ser quente na política é defender posições ou atacar. As últimas eleições presidenciais demonstraram que o povo brasileiro quer definições, personalidade, nada de candidatos “vaselina”. O presidente Lula ganhou as eleições, tomou posse, mas não para de xingar o ex-presidente Bolsonaro. E este também foi eleito fazendo pesadas críticas ao Partido dos Trabalhadores.

Assim, se querem ter futuro e possibilidade de vitória, aqueles que pretendem desalojar o atual prefeito devem ser oposição de verdade. Oposição de verdade fiscaliza, denuncia, mostra onde estão os erros. Entra na justiça, faz denúncias ao Ministério Público. Sempre tem uma fresta por onde a oposição pode entrar. Ficar nessa de ir em todos os velórios, batizados, aniversários, jogos de futebol é coisa para quem se contenta em ser vereador.

O que temos visto em Santa Isabel é um completo silêncio sobre assuntos e fatos que deveriam ser objeto de atenção, discussão e, até mesmo ação. Até agora não se ouviu falar de nenhuma comissão de investigação por parte da Câmara Municipal. Nenhum processo de acompanhamento das ações do atual governo. Que, reconheça-se, tem conseguido ser produtivo apesar das dificuldades. A política guarda uma certa semelhança com os temporais. Os raios tendem a buscar as pontas para cair. E o eleitor também busca aqueles que se elevam, seja para continuar no poder, seja para desalojar quem está nele. Oposições firmes, definidas, atuantes, atraem os descontentes – que sempre existem – e os indecisos, que são os que definem os resultados.

O que temos visto em Santa Isabel é aquele joguinho de meio de campo, de “posse de bola”, mas que não chega ao gol. Essa história de conseguir verba para asfaltar essa ou aquela rua, ou estrada, pode, repito, servir para eleger vereadores, Mas, para se chegar ao comando do Executivo é preciso personalidade, disposição para a luta política. Essa história de se tornar oposição a noventa dias das eleições já não engana mais ninguém.

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