Narrativa

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na saída do almoço, no Palácio Itamaraty. | Sérgio Lima/Poder360 29.maio.2023

Narrativa – O presidente Lula decepcionou um pouco mais o mundo nessa semana ao afirmar que, o que se passa na Venezuela é “uma narrativa”, sugerindo que os problemas vividos pela população desse país não passam de uma propaganda política contrária.

É como se de repente o presidente do Brasil se esquecesse dos mais de 700 mil venezuelanos que vieram buscar melhores condições de vida no Brasil. Vieram e estão aqui, disputando com brasileiros os empregos, os serviços de saúde, de educação, como se nacionais fossem. Afinal, nossa hospitalidade e solidariedade é bem conhecida, mas sabemos também que a disputa por melhores condições de vida também afeta milhões de brasileiros.

Lula não só reconheceu Nicolás Maduro como um presidente de uma nação, mas destacou a existência na Venezuela de uma democracia que o mundo inteiro sabe não existir. No país vizinho ao Brasil existem milhares de presos políticos, repressão com constantes violações dos direitos humanos e outras características que denunciam uma evidente ditadura.
A fala do Presidente não revoltou apenas alguns brasileiros. O próprio presidente do Chile, Gabriel Boric, eleito pelos partidos de esquerda, sem mencionar o nome do governante brasileiro condenou a manifestação de Lula que, ao anfitrionar os principais líderes da América Latina, teve como propósito buscar a unidade de esforços para, além de contribuir com o desenvolvimento econômico integrado, fortalecer a democracia tal como nós a desejamos. Contudo, a sua fala a respeito de Maduro e da Venezuela, faz crescer a suspeita de que busca outra realidade diferente do que vivemos hoje.

Ao afirmar que é preciso mudar a narrativa Lula se assemelha aos mais cruéis ditadores do mundo que, no poder, tudo fizeram para apagar parte da história de seus países, tal como fizeram Lenin e Stalin, após a revolução russa e, mais recentemente os que negam o holocausto judeu. Será que foi apenas uma narrativa?

Os fatos que ocorreram após a reunião dos líderes em Brasília mostraram que existe uma predisposição de fato estranha. O encontro foi realizado a portas fechadas, a imprensa só tomou conhecimento através dos presidentes que quiseram se manifestar. O presidente Luis Lacalle Pou, do Uruguai, eleito pelos conservadores de seu país optou por fazer uma live para dar sua opinião e também criticou o presidente brasileiro.

No final, a agressão aos jornalistas brasileiros pelos seguranças de Nicolas Maduro, evidenciam e comprovam que uma das principais características da democracia, a liberdade de imprensa, não é respeitada nem mesmo quando o Ditador deixa o seu país. E isso não é uma narrativa, são fatos

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