Nada disso!

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre a narrativa e a política nacional.
Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre a narrativa e a política nacional.

Essa semana alguns amigos me perguntaram se eu estava duvidando das investigações feitas pela Polícia Federal que identificaram o plano de golpe de estado. Nada disso: apenas me arvorei ao direito de pensar e, considerando as tecnologias hoje disponíveis, supus que tudo poderia estar sendo criado com o objetivo de desarticular uma tendência ideológica que, confesso, também não me agrada.

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Mas é o meu direito de pensar! Não duvido que houve quem pretendesse dar um golpe de estado, cometer assassinatos e implantar um estado de força. O mundo está cheio de malucos e alguns são capazes de gestos que matam milhares de pessoas e destroem famílias e cidades inteiras. Não é preciso mencionar nenhum nome, basta ver os noticiários.

Foi notícia no Ouvidor

Mas também temos o direito de ter dúvidas. Afinal, há menos de uma década tínhamos a convicção que o atual presidente Lula estava envolvido até o talo com as complexas tramas identificadas pela operação Lava Jato. E no que deu? Chegou-se a conclusão que um grupo de procuradores liderados por um juiz (hoje senador da República), criou um mecanismo que sujou a água e a fama do país inteiro. Mas agora está tudo bem: nada daquilo aconteceu, apesar de empresas terem falidos, milhares de pessoas terem ficado desempregadas e um enorme contingente de obras ficarem estagnadas por alguns anos, quem sabe até quando!

Pode ser uma repetição de narrativas? Até mencionei, no texto publicado na semana passada o conselho do presidente Lula ao Nicolás Maduro, da Venezuela, quando disse que precisava mudar a narrativa das eleições naquele país. Lula está certo! Na faculdade estudei história e, um dos grandes pensadores desse conhecimento registrou em seus trabalhos uma grande verdade: “ A história é escrita pelos vencedores”. Ou seja: a narrativa que prevalece é de quem sobrevive aos percalços de uma época.

Conclusão: o que vale é a narrativa! Como se diz na cultura popular: ri melhor quem ri por último!

Não há, portanto, nesse texto de hoje e nem no da semana passada nenhuma dúvida ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela Polícia Federal. Acredito que estão encontrando provas substanciais de que, de fato, houve encontros ardilosos visando atos contra a democracia brasileira (registre-se: brasileira, porque em cada país há um tipo de democracia, como na Rússia, na China, em Cuba, Venezuela, etc).

E essa nossa democracia tem características peculiares que só é encontrada em nossa constituição. Tenhamos fé e esperança de que não seremos obrigados a esquecer tudo o que estamos vivendo hoje, como já aconteceu em outros momentos.

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