O debate sobre a polarização de ideias tem sido o que mais ocorre nos meios de comunicação. Parece que a humanidade não está entendendo o processo que acontece na sociedade moderna. Certamente em razão das facilidades proporcionadas pelos meios de comunicação – que antes da internet eram controlados por pequeno número de empresas, as quais conduziam a opinião pública – temos hoje a possibilidade de acesso por grande parte da população aos mais diversos canais de opinião.
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Assim, qualquer declaração ou fato político, econômico e até mesmo esportivo passa a ser objeto de debates por todos os segmentos da sociedade, inclusive os leitores, que agora são integrantes ativos das discussões, através dos meios proporcionados pelas redes sociais. Então o que parece estar ocorrendo não é uma divisão da sociedade moderna, mas sim um processo de definição de ideias e posições sobre as mais diversas questões postas em discussão.
E em decorrência disso vemos também que, mais do que nunca, os protagonistas da sociedade passaram a prestar total atenção às reações da população, que são medidas não só por institutos de pesquisas, mas também por meios de aferição pelas próprias redes sociais. Daí a importância que se passou a dar aos chamados influenciadores, que conseguem o que antes era denominado de “fazer a cabeça” das pessoas.
Assim, dentro desse processo de definição de opiniões temos visto o crescimento de determinadas correntes políticas como a chamada direita conservadora. É óbvio que esta sempre existiu, mas naquele mundo antigo o que prevalecia era a indefinição hipócrita, chamada de moderação. Eram políticos do discurso bonito, que falavam, falavam e não diziam nada. Exemplo foi o PSDB, partido do muro, que ora estava com a esquerda, ora com a direita.
Mas o que se viu na França durante as últimas eleições para o parlamento, com o crescimento da direita liderada por Marine Le Pen, ou o que está ocorrendo nos Estados Unidos, com o discurso nacionalista de Donald Trump empolgando diversos setores do país, o presidente da Argentina, Javier Milei e até mesmo com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil é a nova realidade política e social do mundo. Um mundo que se define e abandona o morno.
E isso não ocorre somente na sociedade laica. Também no mundo religioso – que tem inegável influência em todos os setores da sociedade – o que temos visto é um crescente processo de definição de posições, com o consequente aumento da presença das pessoas na vida das instituições.
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Dentro do segmento cristão sempre tivemos os evangélicos como modelo de participação na vida das igrejas, mas agora também na Igreja Católica podemos perceber o vigor desse movimento de definição em torno da fé e dos valores do catolicismo.
É um mundo novo e é bom todos irem se acostumando.