Mais de 30% dos atestados médicos foram de doenças respiratórias

Médico epidemiologista comenta expectativas sobre a terceira nova onda de infecção e os cuidados necessários nessa etapa

atestados médicos

Uma pesquisa desenvolvida por empresa de tecnologia do setor de saúde corporativa, analisou 36.291 mil atestados médicos, emitidos durante todo o ano de 2021, de pacientes por doenças ou problemas de saúde de profissionais de diversos setores no último ano. Os dados revelaram que o principal motivo de afastamento no trabalho foi causado por doenças respiratórias, como a COVID-19, que representou 31,9% do total.

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Os dados apresentados pela startup 3778, sobre os atestados médicos analisados, indicaram outras causas importantes de afastamentos. Além do COVID-19, saúde mental foi um dos fatores que apareceu com maior frequência na pesquisa. Do total, mais de 10% apresentaram transtornos mentais e comportamentais, como estresse e depressão.

também analisou as áreas de atuação dos mais de 36 mil atestados. Do total de profissionais avaliados, mais de 65% eram  da área da Saúde, enquanto 22% eram da Educação e cerca de 7% da Segurança Pública. “São áreas que estão sempre em contato com outras pessoas. São médicos, enfermeiros, professores e policiais. Como parte da sua atuação é o atendimento, isso explica a alta nesses setores, mas é preciso ficar atento e redobrar os cuidados para que a saúde desses profissionais também seja resguardada”, comenta Dr. Mauro Cardoso, cientista de dados e médico epidemiologista da 3778.

Por conta do escape imunológico e da incompletude do esquema vacinal, quando pessoas deixam de tomar as doses adicionais ou de reforço da vacina, novas ondas de infecção por COVID-19 já eram esperadas, assim como licenças médicas para tratá-las em isolamento ou em casa.

“O momento atual indica um maior aumento da demanda por serviços de saúde e é esperado um crescimento moderado, porém visível no número de internações e até mesmo de óbitos. Essa nova onda é causada principalmente pelas sub variantes da já conhecida Omicron, que se espalha mais rápido. Mesmo assim, é esperado que essa nova onda tenha menos intensidade em número de casos graves e óbitos quando comparada aos primeiros meses da epidemia. O momento agora é de relembrar e reforçar os cuidados”, explica Dr. Cardoso.

Para o Dr. Mauro, essa nova onda de infecção terá um pico maior entre final de novembro e começo de dezembro, permanecendo em um número mais elevado até o final do ano. O médico ainda reforça a necessidade de auto-isolamento e, se possível, trabalho remoto, para aquelas pessoas que apresentarem sintomas gripais como febre, nariz entupido ou congestão nasal, tosse e falta de ar.

A principal recomendação é cumprir o esquema vacinal. Cerca de 45% da população ainda não tomou as restantes doses de reforço. Podemos também evitar grandes aglomerações como em eventos culturais ou esportivos e até mesmo adotar o uso de máscara dentro de locais fechados, como os transportes públicos”, finaliza o especialista.

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