O levantamento oficial é de 2020, mas de acordo com a coordenação de Defesa Civil de Santa Isabel, esse número pode ser ainda maior uma vez que áreas da cidade, claramente acidentadas, não foram consideradas de risco pelos responsáveis da época. Defesa Civil segue monitorando essas áreas e já notificou as famílias, sobre o risco que correm.
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O mapeamento feito em 2020 pelo Instituto de Pesquisas Tecnológica (IPT) e pela empresa de consultoria Regea – Geologia, Engenharia e Estudos Ambientais, identificou que 213 famílias vivem em situação de risco em Santa Isabel, a maioria em regiões com grandes chances de deslizamento de terra. Trata-se de regiões que estão espalhadas entre o centro, Coronel Bertoldo, Jd. Cruzeiro, Lanifício, Pq. São Benedito, Vila Guilherme, Jd. Eldorado e Vila Nova.
Nas áreas de deslizamento vivem 198 famílias, já nas de possível solapamento de solo, próximo a ribeirões e rios, vivem oito e nas áreas de fácil alagamento, sete famílias. “Claramente que o estudo ficou um pouco defasado, pois alguns locais não foram considerados como áreas de risco, mas são e não sei por que não constam neste relatório, diz João Buosi, o coordenador da defesa civil. Embora o mapeamento seja feito pelo IPT e o Regea, o levantamento dessas áreas precisa ser acompanhado de perto pela nossa defesa Civil, explica. João, não fazia parte da equipe em 2020.
O coordenador explica ainda que a maioria dos locais que apresentam grandes chances de escorregamento de terra, são áreas de proteção ambiental, que não poderiam ser habitadas, mas que foram ocupadas indevidamente e ainda com construções irregulares, o que faz com que o risco a vida dessas famílias seja ainda maior: “Nós notificamos essas famílias e constantemente revisitamos essas áreas a fim de evitar que novas ocupações sejam construídas e também de identificar, previamente, qualquer alteração de solo que possa causar acidentes”, disse.
De acordo com Buosi, o trabalho de notificação e fiscalização destas áreas é feito pela Defesa Civil em parceira com o Departamento de Planejamento e Obras e a Secretaria de Meio Ambiente, cujas Pastas possuem autonomia para multar e embargar sempre que for necessário.
Em nota, a Prefeitura informou que através da Secretaria de Desenvolvimento Social presta total apoio às famílias que vivem nas áreas de risco da cidade, assim como para aquelas que foram castigadas pelas fortes chuvas dos últimos meses. A administração disse ainda que busca, junto aos governos estadual e federal, incentivo financeiro para custear um auxílio aluguel a essas famílias, porém, tal benefício ainda não está disponível.
A Defesa Civil de Santa Isabel ressalta que segue trabalhando na recuperação das áreas afetadas pelas chuvas das últimas semanas e que, desde o ano passado, realiza um trabalho preventivo , na busca de amenizar ocorrências de maior impacto. De acordo com a Pasta, mais de R$4 milhões foram investidos em obras de prevenção no período de estiagem.
Um novo levantamento para mapear todas as atuais áreas de risco em Santa Isabel, já foi feito pelo IPT e o Regea com apoio da Defesa Civil municipal e deverá ser divulgado até março deste ano.