Férias e o Turismo

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Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Sempre me pergunto as razões pelas quais o turismo, uma das atividades econômica que mais cresce no mundo, entre nós não parece prosperar. Disse que “parece”, porque na realidade há pequenos avanços que o público não envolvido, não percebe. A resposta que me dou é sempre a mesma: o lucro que a atividade proporciona não é visível para o cidadão comum, aquele que na verdade observa outras pessoas envolvidas melhorando a sua qualidade de vida.

A pergunta que me faço segue a essa explicação: Por que?

Foi notícia no Ouvidor

Reflito que um fato interessante ocorre nas cidades de médio e pequeno porte como as de nossa região. A exportação dos recursos oriundos dessas e de outras atividades econômicas para centros maiores. Um exemplo que sempre cito é a questão dos transportes públicos e outros serviços concedidos pelo poder público através de licitações.

As pequenas empresas não conseguem vencer as concorrências em decorrência da falta real de recursos próprios, resultando na concessão a empresas de outros municípios para onde seguem os valores econômicos gerados dentro da cidade. A consequência é o empobrecimento do município cuja administração se vê obrigada a remunerar empresas de outros municípios em detrimentos das próprias. O ideal seria que pudesse manter os recursos públicos dentro do próprio município, mas para isso é necessária a participação efetiva da população, em especial de empresários locais que se unem para superar as ofertas feitas pelas empresas “alienígenas”.

O turismo tem características próprias e identificá-las envolve uma percepção de oportunidades que, em alguns casos, são fáceis de definir. A oferta de praia e mar por exemplo, o clima e a temperatura em outra vertente, o religioso e o de negócios. E como definir o que temos na região. Recorremos sempre às matas, à ecologia, represa, cachoeiras e trilhas. É verdade, temos tudo isso, mas ainda não descobrimos como, efetivamente, os utilizar para gerar empregos e volume capaz de mudar, inclusive a percepção do cidadão comum.

Acredito que uma das causas desse nosso desconhecimento é que não sabemos, nós mesmos desfrutar do que temos porque, também saímos de férias levando para outros municípios o recurso que poderíamos manter aqui. E por que fazemos isso?

Acho que é porque os empresários que lutam para sobreviver em nosso meio focam muito mais na tentativa de atingir o público externo do que o público interno se esquecendo que a melhor das propagandas é aquela, boca a boca, do vizinho que recomenda e valoriza o que se tem no nosso quintal.

Precisamos olhar e valorizar nós mesmos!

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