Falsas esperanças?

por Roberto Drumond

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Falsas esperanças? – Passando pela Praça da Bandeira na manhã de ontem (sexta-feira) depois de percorrer vários trechos da cidade rescaldando o desastre ambiental na noite anterior ouvi, de um comerciante o comentário que dizia “o próximo prefeito vai acabar com isso”. Me lembrei da máxima que diz que o “brasileiro não desiste nunca”. E não desiste mesmo porque se engana acreditando que fenômenos naturais são administrados pelo poder político.

Foi notícia no Ouvidor

A atual administração investiu pesado há pouco mais de um ano na limpeza de ribeirões e galerias de águas pluviais na esperança de que seria suficiente para evitar espetáculos trágico como o que vimos na noite de quinta-feira. De fato, temporais mais leves não conseguiram interromper a vida da cidade como o ocorrido há dois dias.

A memória do advogado e colunista desse jornal Dr. Luís Carlos Correa Leite assinala que em 1965 uma tromba d`água paralisou Santa Isabel e acentuou a lenda de que, a cada 50 anos uma ocorrência similar ocorre na cidade. Terá sido essa com nove anos de atraso?

O fato é que há uma recorrência que perpassa todas as administrações municipais nos últimos anos e nem mesmo a limpeza promovida pela atual administração foi capaz de evitar episódios como o vivenciado pela população essa semana. Primeiro porque a natureza está insistentemente demonstrando o seu descontentamento com o comportamento humano e segundo porque, a população também insiste em deixar com que lixo de todas as naturezas invadam as galerias de águas pluviais e leitos de córregos aumentando as chances de represamento das águas.

Mais do que a ação do poder público é necessária a adesão da população aos princípios de convivência correta com a natureza, evitando a construção em áreas de risco e destinando o lixo e os rejeitos urbanos para os locais corretos. Por mais que prefeitos e candidatos a tal façam discursos e promessas, Santa Isabel por sua própria característica como cidade de fundo de vale está sujeita a sofrer com inundações como a dessa semana.

Cabe ao cidadão é claro escolher bem o seu prefeito e administradores sem se iludir que terá capacidade de impedir que inundações voltem a acontecer a menos que, milagrosamente, uma lei municipal proíba a ocorrência de chuvas. Medida similar às que já foram tomadas por outros folclóricos prefeitos que, diante da falta de vagas nos cemitérios, proibiram a ocorrência de mortes no município.

O destaque desse último evento está por conta da solidariedade demonstrada por pessoas que se mobilizaram para ajudar os comerciantes e moradores da área afetada no momento da limpeza; e das empresas, como a Pedreira Santa Isabel que, prontamente destinou dois caminhões pipas para atuar na limpeza das ruas. Que esses sejam exemplo para outros momentos da vida da cidade e sirvam de lição na hora de ouvir discursos políticos.

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