Fake News tira alunos da escola

Em Santa Isabel, pais não mandaram os filhos para uma escola após falsa ameaça de ataque, repercutir nos grupos de WhatsApp e redes sociais

O comando da Polícia Militar de Arujá e Santa Isabel, informa que todas as escolas estão sendo devidamente inspecionada pela ronda escolar da Polícia Militar. Foto: Reprodução Internet

A circulação de uma falsa notícia, dando conta de que um ex-aluno estaria, supostamente, planejando atacar uma escola na zona rural de Santa Isabel, fez com que muitos pais deixassem seus filhos, em casa. A falsa ameaça, impulsionada pelas redes sociais e grupos de WhatsApp, esvaziou as salas de aulas e obrigou autoridades a se manifestarem sobre a segurança nas unidades escolares de toda a região.

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Mais uma vez, o compartilhamento de notícias falsas, mudou a rotina de alguns moradores em Santa Isabel. Desta vez sensibilizados ainda mais com os ataques ocorridos em São Paulo e mais recente em Blumenau, Santa Catarina, a Fake News se usou do calor do momento para causar pânico e colocar em xeque a segurança das escolas municipais e estadual da cidade.

Os grupos informavam que um ex-aluno, de 14 anos, que teria sido expulso, por mau comportamento de uma escola estadual de Santa Isabel, teria retornado à unidade na última terça-feira. O mesmo, disse que iria se vingar por sua expulsão e assim mataria alunos e professores. Pura mentira, que foi confirmada inclusive pelo diretor da unidade em conversa com o Jornal Ouvidor.

De acordo com o diretor, de fato, o ex-aluno esteve na unidade, mas foi apenas para rever os amigos e pedir para retornar à escola, garantindo que teria um comportamento melhor desta vez. No mesmo dia, o Conselho Tutelar estava na escola para tratar de outros assuntos com a diretoria. O próprio Conselho prosseguiu no atendimento ao estudante.

“No fim do dia, alguns pais entraram em contato pedindo explicações e já falando de arma e uma ameaça de morte que nunca existiu. A mentira já estava pronta”, disse o Diretor lembrando que, imediatamente entrou em contato com a Polícia, com a Diretoria de Ensino cumprindo todos os protocolos exigidos nos casos de emergência. Pelo sim e pelo não, a mentira teve reflexo no atendimento da escola que na quinta-feira, 06/04, recebeu apenas 12 alunos. O dia era de aplicação da prova paulista, que avalia o desempenho dos estudantes dos anos finais e da unidade, mas devido à falta de alunos a prova teve que ser adiada.

A rapidez com a qual a mentira circulou, obrigou a secretaria de Educação e a Polícia Militar a emitirem nota a fim de acalmar os ânimos. No dia anterior a secretaria de Educação de Santa Isabel já havia informado que adota todas as medidas necessárias para garantir a segurança no ambiente escolar e que mantêm diálogo aberto com o conselho Tutelar e com o comando da Polícia Militar, a fim de alinhar ações ainda mais focadas na segurança dos alunos das redes municipal e estadual.

O capitão da Polícia Militar, Anderson Pelegrine informou que a Polícia Militar não desacredita de nenhuma informação, mas mantém a devida cautela na checagem de todas elas, a fim de garantir a ordem e paz.

“Nossa equipe técnica, mantém contato direto com a Coordenadoria de Ensino da região e com as secretarias municipais de Arujá e Santa Isabel, na busca do monitoramento constante de todas as unidades, focando nosso policiamento prioritário, principalmente nos horários escolares do nosso programa”, disse o Capitão, reforçando a importância da população manter o contato direto com a polícia através do 190.

A juíza de Direito, responsável pela Vara da Infância e Juventude de Santa Isabel, Dra. Claudia Villibor Breda disse que acompanha de perto o caso e chamou a atenção para o fato da população ter cautela no compartilhamento de notícias falsas: “O conselho tutelar é o principal órgão que pode atender toda e qualquer ocorrência que envolvam nossos menores. Afinal cabe a ele zelar, proteger e garantir que tanto os direitos das crianças que estariam sendo ameaçadas como daquela que pode vir a ameaçar, sejam garantidos”, disse a Juíza completando ainda que: “A medida socioeducativa, não visa a mesma punição que se dá aos adultos que cometem algum crime, mas sim identificar, através de um acompanhamento profissional, o que pode estar levando o adolescente a cometer tal ato”.
Dra. Claudia reforçou ainda, que na próxima semana promoverá uma reunião com a diretoria de ensino de Jacareí, responsável pela coordenação das escolas estaduais de Santa Isabel, bem como com a secretaria municipal de Educação, polícia militar e o conselho tutelar, a fim de identificar os alunos de todas as unidades que apresentem comportamentos que requeiram uma atenção especial.

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