Na semana passada, durante a inauguração do novo espaço do CREA, a convite do nosso amigo e companheiro do COMDEMA Eng° Luciano Feijó de Barros, conversei com o Dr. Carlos Chinchilla que me informou do aumento expressivo de casos de esporotricose em Santa Isabel. Tanto eu, quanto o Diretor do Bem Estar Animal da cidade, Gian Giacomelli ficamos preocupados com avanço desta doença, sobretudo nos animais domésticos gatos.
A esporotricose é uma zoonose de distribuição cosmopolita principalmente em países tropicais e subtropicais, de maior ocorrência em áreas urbanas (Sampaio et al., 2000; Larsson, 2011). Sendo a espécie S. Brasilienses a única de caráter zoonótico.[1]
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Manifestação em humanos.
A esporotricose humana é uma doença descrita há mais de 120 anos, conhecida como doença do jardineiro ou doença das roseiras, concentrada principalmente em países de clima tropical e subtropical. Trata-se de uma micose (doença causada por fungo) de implantação, subaguda ou crônica e acomete humanos e animais, classicamente transmitida por lesão com materiais vegetais. Tornou-se a doença emergente e um grande desafio em Saúde Pública no Brasil, uma vez que dos 26 estados brasileiros 25 já reportaram casos de esporotricose humana (Rodrigues et al. 2020).
Apresenta duas formas de transmissão, a sapronótica, relacionada a traumas com subprodutos de origem vegetal, e a zoonótica, transmitida por diferentes tipos de animais. S. brasiliensis é exclusivamente de transmissão zoonótica (gatos infectados), sendo a espécie de maior relevância em Saúde Pública atualmente no Brasil.
O período de incubação pode variar de uma semana a seis meses após a inoculação, as formas clínicas da esporotricose podem ser divididas em duas categorias principais: cutâneas e extracutâneas.
A doença em animais
No município de São Paulo há uma crescente de casos de Esporotricose, houve um aumento de 42% nos casos positivos entre os anos de 2021 e 2022 (São Paulo, 2023). O Núcleo Vigilância Epidemiológica (NVE) da Divisão de Controle de Zoonoses (DVZ) realiza a investigação e acompanhamento para controle zoonótico dos animais acometidos por meio da notificação compulsória1
Normalmente a infecção é transmitida por inoculação traumática do fungo em pele ou mucosas a partir de solo, plantas ou matéria orgânica contaminada. A esporotricose era considerada uma zoonose ocupacional associada a atividades de agricultura e floricultura. A inoculação do fungo por mordidas ou arranhaduras de animais infectados, em especial felinos vem sendo observada, sendo considerado um fator de risco para os cuidadores dos animais e profissionais da área veterinária.1
Na capital paulista, animais infectados cresceram 40,3% em 1 ano. De 1º de janeiro a 20 de setembro de 2023, a cidade de São Paulo registrou 2.459 cães e gatos com esporotricose. Destes, 271 morreram. No mesmo período do ano passado, houve 1.753 animais, com 427 mortes.
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Atenção aos cuidados e orientações
- Evitar arranhões e mordeduras e se ocorrer, procurar a UBS mais próxima.
- Não manipular o animal sem luvas, bem como não passar pomadas ou dar banho.
- Higienizar o ambiente e objetos do animal com água sanitária de uso doméstico, na diluição recomendada pelo fabricante. Usar luvas durante a higienização e manter o ambiente ventilado.
- Domiciliar o animal.
- Em caso de óbito do animal: não se deve enterrar o corpo de animais com diagnóstico positivo para esporotricose. Evitar arranhões e mordeduras e se ocorrer, procurar a UBS mais próxima.
• Não manipular o animal sem luvas, bem como não passar pomadas ou dar banho.
• Higienizar o ambiente e objetos do animal com água sanitária de uso doméstico, na diluição recomendada pelo fabricante. Usar luvas durante a higienização e manter o ambiente ventilado.
• Domiciliar o animal. - Em caso de óbito do animal: não se deve enterrar o corpo de animais com diagnóstico positivo para esporotricose.
Henrique Marcelo Guerin é médico veterinário e advogado especializado em saúde bem-estar e direito animal. Atualmente Dr. Henrique preside o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA).