E nós com isso?

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Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Pensar que as eleições americanas e a vitória de Donald Trump não afetará a vida no Brasil é fechar os olhos para o obvio. A vitória do republicano deverá ter impactos importantes no mundo inteiro, na economia e na diplomacia, mas, temos de admitir que ela tem um peso ideológico significativo aqui no Brasil: que o digam os bolsonaristas que comemoraram como se Trump tivesse vencido eleições no Brasil.

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O resultado da eleição nos Estados Unidos mostrou uma vitória que não acontecia há 20 anos: a conquista dos votos dos delegados e dos eleitores.
Segundo a imprensa americana, essa vitória dupla não acontecia desde a vitória de George W. Bush.

Esse posicionamento dos eleitores americanos, somado ao crescimento da direita na Europa (Itália e França, especialmente onde quase conquistou o pódio), à eleição de Javier Milei na Argentina e, no Brasil o surgimento e crescimento de Jair Bolsonaro percebe-se que o mundo anda tombando ideologicamente de lado. O fortalecimento da direita constatado nas últimas eleições municipais, emite o mesmo sinal: há uma desconformidade para com as ideologias mais à esquerda.

Foi notícia no Ouvidor

O discurso com que Trump conquistou os americanos tem a mesma essência das tendências mundiais: maior protecionismo com objetivos de crescimento econômico interno; fortalecimento da segurança nacional, com endurecimento das regras de imigração e maior vigilância das fronteiras e posturas mais pragmáticas em relação a ideologias estrangeiras.

Embora o presidente Lula esteja demonstrando uma desconexão com a esquerda mais radical através de adoção de posições mais liberais, sua manifestação a favor de Kamala Harris pode trazer algum transtorno diplomático, especialmente se somado às decisões já anunciadas por Trump de taxar as importações americanas. Jamais podemos nos esquecer que a economia brasileira tem um de seus pés cravado nos Estados Unidos. Ao lado da China é um dos maiores consumidores de nossos produtos.

Ainda é cedo para uma avaliação mais aprofundada sobre o que exatamente está por vir. Mas certamente o governo brasileiro terá desafios pela frente e seremos nós, pobres mortais, que pagaremos essa conta.

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