A semana foi de denúncias e protestos envolvendo a secretaria de Educação de Igaratá. Mochilas compradas há meses pela prefeitura, e que deveriam ser distribuídas aos alunos da rede municipal, foram encontradas estocadas nos almoxarifados das escolas de Igaratá. Já nas salas de aula, vestidos de preto, em um manifesto pacífico, professores cobram da administração municipal melhorias para a categoria, além do reajuste salarial que não lhes foi concedido.
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Em visita as escolas Igaratá, na última quarta-feira, 16, os vereadores Albert Luiz de Castro, Gabriel Prianti e Silvio Jorge foram exclusivamente para apurar uma denúncia envolvendo o armazenamento de mochilas que deveriam ter sido distribuída aos alunos: “Quando chegamos, em todas as escolas que visitamos, constatamos que os materiais, comprados há mais de três meses pela Prefeitura, estavam estocados em pilhas de caixas”, disse o vereador Gabriel.
Ao todo a prefeitura de Igaratá adquiriu 1.770 mochilas da empresa Ademar Ramos Barbosa – ME, que tem sede no Bairro Jd. Novo Éden em Santa Isabel. Foram 820 mochilas pequenas e 950 mochilas grandes pelo valor total de R$75.000,00 com contrato assinado em 31 de março deste ano. “O duro é ver que as aulas já retornaram estamos a menos de quatro meses do fim do ano letivo e a Educação não entregou ainda esse importante material aos alunos”, ressaltam os vereadores.
Na última quinta-feira, 17, os parlamentares foram até a promotoria de justiça em Santa Isabel onde protocolaram uma denúncia junto ao Ministério Público, a fim de que o órgão fiscalize as compras realizadas pela secretaria de Educação de Igaratá e pressione a Pasta a entregar, antes do fim do ano letivo, as mochilas aos estudantes da rede municipal.
Educadores protestam contra o silêncio
Enquanto isso, dentro das salas de aula das escolas de Igaratá, o clima é de descontentamento e protesto. Desde fevereiro, os professores concursados e contratados por meio de processo seletivo da prefeitura de Igaratá aguardam que a secretaria de Educação pague o piso salarial da categoria de acordo com o último reajuste concedido. Os profissionais alegam não receberem uma resposta oficial a fim de confortá-los sobre os seus direitos.
“Na última reunião do Fundeb, a secretaria de Educação apresentou um gasto de aproximadamente R$ 4 milhões de reais que a Pasta teve só no segundo trimestre, até hoje esperamos pela apresentação de notas fiscais que comprovem no que isso foi gasto. Não temos um diálogo oficial e aberto”, lamenta uma das educadoras que prefere não se identificar, mas que aderiu ao manifesto.
Ao todo, a rede municipal de Igaratá possui cerca de 170 educadores sendo que 80% são concursados e outros 20% contratados via CLT. O piso da categoria, de acordo com o sindicato, está em R$3.845,00, mas o salário dos educadores de Igaratá está defasado em aproximadamente R$500,00: “A secretaria de Educação já disse que não vai conseguir arcar com esse reajuste, pois estourou o limite de 70% que a Pasta pode ter de gastos com o orçamento público. Nosso protesto continuará pacífico, até que eles nos deem uma resposta”, disse.
Em nota, a secretaria Municipal de Educação informou que as mochilas foram entregues as unidades escolares em maio deste ano e que só não foram distribuídas ainda aos estudantes, pois a administração municipal espera finalizar a confecção dos uniformes escolares: “O que deverá ocorrer em breve”, disse. Desta forma, a Secretaria afirma que entregará aos 1.688 alunos da rede municipal, um kit completo que compõe uniforme e mochila escolar.
Sobre o protesto dos educadores, a Pasta informou que desconhece qualquer tipo de reivindicação, pois não foi procurada oficialmente por nenhum profissional. A Secretaria ressaltou ainda que o último reajuste concedido aos professores de Igaratá foi em março deste ano, retroativo ao mês de janeiro: “Estamos em reunião com o sindicato da categoria para as tratativas necessárias da educação”, finaliza.