Corpus Cristhi em Santa Isabel

Santa Isabel resgata a tradicional produção dos tapetes de Corpus Cristhi, na parte da manhã do dia 16 de junho

Tradicional confecção de tapetes será no feriado de Corpus Cristhi
Tradicional confecção de tapetes será no feriado de Corpus Cristhi

A produção dos tapetes de Corpus Cristhi começará na parte da manhã do dia 16 de junho, e o encerramento será com a procissão, que partirá Igreja Nossa Senhora Aparecida, às 16h, até a Igreja do Rosário.

A festividade de Corpus Cristhi é tradicionalmente comemorada em uma quinta-feira e nesse ano será no dia 16 de junho. Em Santa Isabel, os fiéis irão retomar a confecção dos tapetes, após a suspenção do evento com a pandemia do novo coronavírus.

Segundo o Centro de Memória Francisco Sanches Baptista – Chico Fotógrafo, Corpus Christi é uma expressão em latim que significa “Corpo de Cristo”. Sem nenhum registro bíblico ou passagem atribuída à Jesus em vida, a cerimônia foi uma invenção medieval do ano de 1209.

A freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon (Santa Juliana) teve visões que solicitavam à Santa Igreja a realização de uma festa em honra ao sacramento da eucaristia. Anos depois, um milagre teria acontecido em Bolsena (região de Roma), e um padre viu escorrer sangue da hóstia enquanto celebrava a eucaristia. Com os episódios, o papa Urbano IV insistiu na celebração.

De acordo com a tradição, a festa é um momento em que a hóstia consagrada sai a Igreja ao encontro dos fiéis, e assim, as procissões e a confecção de tapetes tornaram-se características.

Produzidas com sal, serragem, borra de café e outros materiais, os tapetes foram um caminho pelo qual o corpo de Cristo irá passar. A tradição foi trazida para o Brasil com a chegada dos portugueses.

No município, conforme exposto pela folclorista Zuleika de Moraes, o primeiro pároco da Paróquia de Santa Isabel, Padre José Veloso de Carmo, trouxe o rito à rua Totó de Assis (atual Avenida Manoel Ferraz de Campos Salles), em meados do século XVII.

Até 1971, as ruas por onde passava a procissão eram enfeitadas com folhagens, folhas e frutos da mamona, espada de São Jorge, flores como o Bico de Papagaio e até frutas e outros pequenos altares e toalhas colocadas nas janelas. No entanto, o movimento cursilhista (movimento eclesial de evangelização cristã) formou grupos que se tornaram responsáveis pela ornamentação do piso e das ruas da cidade.

Durante todo o ano eram guardados materiais necessários para enfeite das ruas (pó de café, tampinhas de garrafas e pó de serragem tingida). Nos trechos asfaltados, as pessoas faziam desenhos com giz e quando o calçamento era em paralelepípedos, o modelo dos bloquetes eram aproveitados para compor os desenhos que eram preenchidos.

Até 1990, o trabalho era feito de madrugada, mas agora ocorre pela manhã. A procissão sai sempre às 16h, da Igreja Nossa Senhora Aparecida, após a Missa das 15h e seguirá por toda Avenida da República até a Igreja do Rosário, local da Bênção Final. Com crianças vestidas de anjos e o povo seguindo nas alas laterais, não há andadores, apenas o padre carrega o Santíssimo sob um pálio, e que antigamente era seguido pela Corporação Musical São Benedito.

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