Contradição na ONU

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Essa semana a Espanha a Irlanda e a Noruega anunciaram que reconhecem o Estado Palestino. Esses países se somam às 142 nações do mundo que já fazem parte das que reconhecem a Cisjordânia como terra do povo palestino. O Brasil, que foi decisivo no reconhecimento do Estado de Israel, ainda se mantem silencioso apesar das recentes críticas feitas ao governo israelita que culminaram com a retirada do embaixador brasileiro em Israel.

Foi notícia no Ouvidor

O 15º artigo da declaração dos direitos humanos, assinado por todos os países membros da ONU, diz que “todos os homens têm direito a uma nacionalidade”. Mas esse direito vem sendo negado há 35 anos desde que as autoridades palestinas declararam independência da Cisjordânia e buscam se organizar como nação. A dificuldades está em conciliar as forças políticas, étnicas e religiosas que povoam o território.

Unidade de princípios e um pouco de paz interna já foram conquistados ao longo dos últimos anos, mas é difícil unir um povo que se julga ameaçado pelo vizinho que, reiteradamente invade e destrói suas casas e plantações. A “Autoridade Palestina” cujo poder político é o reconhecido pelos, agora, 145 países membros da ONU não dispõe ainda de meios para fazer valer a sua força silenciando as armas de alguns grupos rebeldes. A eclosão da guerra entre Israel e o Hamas desencadeada pela invasão do território israelita em 7 de outubro passado é a incontestável prova disso.

A posição dos Estados Unidos e dos principais países da Europa fortalecendo o estado de Israel não conduz a uma pacificação, pelo contrário, coloca lenha na fogueira de organizações como o Hamas que se sente ainda mais cerceado em seus direitos.

Imagino que, ao invés de investir em armas para Israel, os países líderes do mundo investissem na consolidação do Estado Palestino a paz seria mais fácil de ser conquistada, pois a chamada e reconhecida “Autoridade Palestina” teria meios políticos e militares para conter as divergências internas e combater o terrorismo que hoje é a principal arma dos oponentes a Israel.

Quem conhece a história da formação do Estado Judeu sabe que foi com ações terroristas contra os ocupantes ingleses da Cisjordania e Palestina que os sionistas conquistaram o direito a ter a sua nacionalidade reconhecida. E foi com o apoio do mundo inteiro, inclusive do Brasil, em voto de minerva de Osvaldo Aranha, então secretário geral da ONU, que o Estado do Israel nasceu, encerrando um longo período de guerrilhas e sabotagens.

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