O câncer de cólon e reto é o terceiro mais comum entre os homens e mulheres no Brasil – um tipo de tumor que, inclusive, foi diagnosticado em setembro de 2021, no maior jogador de futebol de todos os tempos, o Pelé, que morreu aos 82 anos, na tarde desta quinta-feira, 29/12, em São Paulo. Com informações do Instituto AC Camargo e Portal Eu Atleta, saiba um pouco mais sobre esse tipo de câncer, sinais, sintomas e a importância de um tratamento precoce.
O câncer no colorretal é o terceiro tipo de câncer que mais mata em todo o mundo. A doença pode englobar tumores no cólon, no reto ou em ambos, podendo atingir ainda o ânus. No caso de Pelé, o foco era no cólon, mas já havia também metástase em outros órgãos.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para 2020 foi de 40.990 novos casos, dos quais, 20.520 em homens e 20.470 em mulheres. O intestino grosso é a parte final do tubo digestivo, entre o intestino delgado e o ânus, e é dividido em cólon e reto.
O cólon, por sua vez, é composto por:
- Cólon ascendente: inclui o ceco e se localiza na parte direita do abdome
- Cólon transverso: atravessa a parte superior do abdome da direita para esquerda
- Cólon descendente: fica na parte esquerda do abdome
- Cólon sigmoide: tem forma de S e se conecta ao reto, na parte inferior esquerda do abdome
Esse câncer tem origem na mucosa que reveste o intestino, é chamado de adenocarcinoma e pode levar anos para se formar. A maioria dos carcinomas de cólon tem origem em pequenas lesões chamadas pólipos adenomatosos que, apesar de benignos, são precursores do câncer.
É por isso que os pólipos removidos durante uma colonoscopia são habitualmente enviados para biópsia.
O câncer de cólon tem desenvolvimento lento e, além disso, pode ser rastreado, isto é, descoberto precocemente, através de colonoscopias periódicas.
“O reto, por sua vez, é a parte final do intestino, com função de reservatório, que termina no esfíncter anal”, explica o Dr. Samuel Aguiar Junior, cirurgião oncológico e líder do Centro de Referência em Tumores Colorretais do A.C.Camargo Câncer Center.
Câncer de cólon: fatores de risco
A prevenção do câncer de cólon está associada à alimentação saudável e a bons hábitos regulares. A seguir, confira os fatores de risco:
- Alimentação: dietas ricas em carnes vermelhas, carnes processadas e carnes expostas a calor intenso, como nos churrascos, encabeçam a lista dos fatores de risco, seguidas por uma dieta pobre em fibras (frutas, legumes e verduras).
- Sedentarismo: a prática regular de exercícios físicos também ajuda a combater a obesidade, que é outro fator de risco para este tipo de câncer.
- Fumo: é um fator de risco sério também para este tipo de câncer.
- Álcool: sozinho, o consumo de bebidas alcoólicas já é um fator de risco importante, particularmente entre os chamados bebedores pesados. Combinado com o fumo, o risco se multiplica.
- Doenças inflamatórias intestinais: as formas severas dessas doenças são raras, mas, como são crônicas, podem aumentar o risco de câncer de cólon. Entre elas estão a colite ulcerativa e a doença de Crohn. Portadores dessas doenças precisam ter acompanhamento específico para detecção precoce do câncer.
- Síndromes familiais de câncer: algumas famílias têm um histórico de câncer de cólon, com várias pessoas afetadas pela doença e antes dos 50 anos. Nesses casos, é importante consultar um médico e um oncogeneticista para fazer uma avaliação de risco e verificar qual a melhor forma de acompanhamento. Duas síndromes principais afetam o cólon, o câncer colorretal hereditário não poliposo (HNPCC) ou síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familial (FAP).
Câncer de cólon: sinais e sintomas
Geralmente, não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, mas, conforme progride, pode causar sangramentos e obstruções intestinais. Os sintomas mais comuns são:
- Presença de sangue nas fezes
- Dores abdominais
- Dores ao evacuar
- Diarreia ou prisão de ventre que não passam
- Sensação de empachamento
- Mudanças no apetite
- Perda de peso inexplicável
Em entrevista ao Portal Eu Atleta, a médica oncologista Erika Simplicio, explica que fazer o rastreamento de pólipos e do tumor ainda em seu início através do exame regular de colonoscopia é fundamental para tentar descobrir a doença precocemente. Os sintomas citados acima normalmente só começam a aparecer quando o câncer já está avançado, e os exames de rastreamento são importantes para que ele seja descoberto antes de se agravar.
– A taxa de cura é diretamente proporcional ao quão precoce é o diagnóstico, e pode chegar a mais de 90% em tumores iniciais localizados, sem acometimento de linfonodos – destaca a oncologista.
Tratamento
Quando a doença é localizada na área de cólon, reto e ânus, os tratamentos podem incluir:
- Cirurgia para retirada do tumor;
- Quimioterapia;
- Radioterapia;
- Tratamentos locais, como embolização e radiofrequência;
- Imunoterapia em casos selecionados.
Quando há metástase, as opções são:
- De forma geral, faz-se quimioterapia ou imunoterapia, que são tratamentos sistêmicos;
Cirurgias e alguns tratamentos locais selecionados; - Embolização no fígado, ou seja, identifica-se se o tumor tem um vaso que o nutre e faz-se o bloqueio desse vaso;
- Radiofrequência, um tratamento novo em que se queima o caminho de nutrição do tumor, introduz-se uma agulha na área com metástase e dá-se um choque nela;
- Radioterapia, gerando um bloqueio das células do tumor.
Se você se interessou pelo assunto, veja a matéria completa no Portal Eu Atleta.