“Estamos defendendo o Brasil”. Explica os manifestantes para o caminhoneiro que perderá a carga perecível e todo o seu pagamento. Explica para os hospitais que não recebem os medicamentos e os pacientes que não conseguem realizar seus tratamentos.
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Consultas esperadas há meses ficaram sem pacientes parados no caminho. E as coisas nos mercados, muito em breve, serão reajustadas pela escassez de produtos. E todos pagaremos mais caro pela somatória de manifestações dos insatisfeitos com um processo eleitoral legítimo.
E só quando olhamos os casos individuais é que podemos ter a dimensão de como se perde a razão nestes locais de notório conflito. E a pátria, a família e Deus deixam de ser o que realmente importa.
O impacto na economia será tão nocivo à pátria que o próprio presidente Bolsonaro já pediu que os manifestantes não impeçam o direito de ir e vir das pessoas.
O impacto nas famílias que precisam de médicos que não chegam, de remédios que estão a terminar e de mulheres que temem conceber os filhos nos carros presos nas paralisações. E como explicar para as crianças que precisam arrancar os lenços para provarem que sofrem de câncer… como explicar tudo isso?
O impacto na fé, não em Deus, mas na própria humanidade que usa da representação máxima do Amor para justificar ações de fúria, depredação e agressão física ou verbal. Em outras épocas existiam deuses da guerra e, talvez, esses abençoassem as centenas de cenas de terror e medo.
Afinal, o que querem os manifestantes? Rasgar a Constituição e instaurar um novo governo? Se isso o for, para onde irão as palavras de ordem e progresso?
Que ordem? Que progresso?
Perder é parte da vida. Em todos os momentos, há sempre um gosto de perda e vitória, pois que para ser adulto, é preciso abrir mão da infância. E para viver em comunidade é preciso abrir mão de ter sempre razão.
Eu sei, é frustrante. Ainda que você queira o melhor, que anseie por uma sociedade mais organizada e feliz, ainda que sua intenção seja superpositiva, lamento dizer que nunca será pelo bloqueio da vida que se alcançará essa meta.
Conselhos Municipais, Audiências Públicas, Lei de Acesso Livre à Informação tudo isso está à sua disposição para fiscalizar qualquer governo eleito, a força ainda é do povo e continua depois do voto. Use-os, pois certamente é assim você realmente contribuirá por um país melhor.
#libereasrodoviasporamor