Banco pode ser responsabilizado por golpe do falso boleto

Dra. Dérika Viana Machado. Advogada e colunista do Jornal Ouvidor

A responsabilidade dos bancos em casos de golpes de falso boleto de financiamento é um tema de crescente relevância no Brasil. Esses golpes, em que criminosos emitem boletos falsificados em nome de instituições financeiras, desviando pagamentos legítimos dos consumidores, têm gerado preocupações significativas sobre a segurança das transações bancárias.

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Para isso, a 12ª Câmara de Direito Privado do TJSP decidiu em um caso específico que o Banco foi responsável pela violação de dados, gerando o dever de indenizar: “O banco permitiu que alguém, por acesso ao sistema e violação de dados, tivesse conhecimento da existência do contrato de financiamento do autor. E, assim, o fraudador logrou emitir o boleto.” – Desembargador Alexandre David Malfatti.

Os bancos, como entidades fornecedoras de serviços financeiros, possuem o dever de garantir a segurança e a integridade dos sistemas de pagamento que disponibilizam aos seus clientes. A responsabilidade dos bancos nesses casos pode ser atribuída com base em falhas na segurança e na prestação de serviços, além do princípio de proteção ao consumidor estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Adicionalmente, os bancos têm o dever de informar e educar seus clientes sobre os riscos associados a golpes de boletos falsos e como verificar a autenticidade dos documentos de pagamento. A falta de informações claras e acessíveis pode agravar a responsabilidade da instituição em casos de fraude.

Para mitigar os riscos, os consumidores devem adotar práticas seguras, como verificar a autenticidade dos boletos através dos canais oficiais dos bancos e utilizar aplicativos que confirmem a veracidade dos documentos. Contudo, é imperativo que os bancos aprimorem continuamente suas tecnologias de segurança e ofereçam um suporte robusto aos clientes, garantindo a integridade das transações e fortalecendo a confiança no sistema financeiro.

Ficou com alguma dúvida? Lembre-se sempre de contratar um (a) advogado (a) de sua confiança.

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