Até breve – Dizem que na vida existem dois tipos de pessoas: as que correm e as que congelam diante de situações de risco. E apesar de todas as recomendações, de tudo que ouvimos, quando o medo é extremo, nós simplesmente reagimos segundo nosso instinto.
Portanto, às vezes correr, é correr de medo. Não é por culpa, por que devia alguma coisa, ou por que não sabia… às vezes é só o medo. Gritando no peito a necessidade de lutar pela vida. É como no cinema, uma voz interna diz: Corra, Lola, corra! Corre Forrest, corre!
E foi assim que Matheus morreu, correndo desarmado no Centro de Santa Isabel.
Quando a cidade acordou o sangue já estava secando no chão e um rio de lágrimas entrava pela porta da casa de uma família em que o filho único não volta mais. Nunca mais.
Essa foi certamente a história que mais me abalou esta semana. E por mais que eu quisesse ter a habilidade de descrever a dor desta família, não posso. Não alcanço. O luto ainda está em processo, entre o choque da notícia e a vontade de lutar por Justiça.
O luto é uma dor que se concretiza no amanhã, quando a ausência se faz presente e é tudo que temos. Ausência e lembrança. Ausência e silêncio. Ausência…
Uma coisa é certa, a arma é do Estado.
A bala foi paga com impostos arrecadados de nossos bolsos, o meu, o seu, o da vítima alvejada pelas costas. Portanto, essa tragédia não é só da família de Matheus, é de todos nós. Que, estarrecidos pela violência aviltante, esperamos que as investigações avancem e a Justiça seja feita.
Nos solidarizando com esta família, nossos sinceros sentimentos. Em respeito a vocês optamos por apurar a fundo esta história antes de reportar qualquer informação.
Fomos cobrados, é verdade. Mas, às vezes, temos de escolher entre chegar na frente e chegar no tempo certo, aquele tempo necessário para que você tenha a informação mais precisa. A mensagem mais próxima do pode vir a ser a verdade. Os convido a ler a reportagem na íntegra.
Hoje, 23/04, repouso a caneta e o bloco de notas sobre a mesa para descansar pelos próximos 30 dias. Após dois anos de pandemia, um baita isolamento, e uma agonia danada para ajudar o maior número de pessoas possível… entro de férias.
Não vou mentir, para mim é difícil, porque internamente acredito que eu sou, exatamente, o que eu faço e tenho dedicado minha vida a todas as manhãs pensar em vocês! Em como minha escrita pode melhorar a vida de tantos que nunca vi!
O programa De Frente com O Ouvidor continua, nas mãos experientes e sábias de nosso editor Chefe, Roberto Drumond, que conta com a inteligência, o comprometimento e a jovialidade de Bruno Martins. Assistam!
De longe pensarei em vocês, levo todos comigo. Até breve!