Altruísmo

por Roberto Drumond

Roberto Drumond - Editor chefe do Jornal Ouvidor, fala sobre decisões do STF.

Essa semana, ao escrever uma mensagem pelo Dia das Mães, uma palavra muito pouco usada nos tempos atuais me assaltou: Altruísmo. Comecei a pensar que, a principal virtude das mães é exatamente definida por essa palavra, nascida do francês e moldada pelo filósofo August Comte em 1830.

Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado em seres humanos e outros seres vivos, em que as ações voluntárias de um indivíduo beneficiam outros. É quase sinônimo de filantropia, muitas vezes, percebida como sinônimo de solidariedade e confundida com caridade.

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Resumindo é o agir em prol de outras pessoas sem pensar em si beneficiar ou ser recompensado. Comte acreditava que é uma virtude que pode ser inerente à pessoa ou mesmo desenvolvida através de determinações pessoais, sem vínculo com religião ou qualquer outra filosofia ou crença.

Na minha opinião o altruísmo é uma virtude inerente às mães, tanto as humanas cujo dia comemoraremos amanhã, quanto aos seres não humanos. Basta ver como, no reino animal, as mães protegem os filhos. Entre os humanos é dispensável descrever, embora haja mães que abrem mão de seus filhos. O fazem, muitas vezes para que eles sobrevivam, porque sabem que se dependerem unicamente delas, não terão condições de viver.

Essa semana a polícia de São Paulo flagrou um casal que falsificou um processo de adoção de uma criança de Santa Catarina. Foram presos sob a suspeita de tráfico de pessoas. Mas a criança ainda não foi devolvida à família, busca-se avaliar se a “doação”, feita pela mãe foi resultado de um comércio ou se da falta de condições de criar o filho. As investigações dirão.

O altruísmo é o antônimo do egoísmo. Enquanto um doa, o outro busca para si. O primeiro se relaciona com o voluntariado, a disposição de contribuir com movimentos, ações e iniciativas sem expectativa de obter vantagens pessoais. Enquanto o segundo só se mobiliza quando vislumbra algum tipo de vantagem.

Essa palavra tão pouco usada ultimamente precisa ser mais difundida e, mais do que isso, precisa ser vivida. Houve um tempo em que sociedade era governada por pessoas altruístas. Eram vereadores e prefeitos voluntários que auxiliados por inspetores, cidadãos que assumiam a responsabilidade de desempenhar papéis na comunidade que organizavam a sociedade onde viviam.

Hoje quase acabou. É cada vez mais raro encontrar pessoas dispostas a atuar sem esperar recompensa, creio que essa virtude está restrita às mães. São elas que dão a vida, o seio e a esperança de uma vida melhor a seus filhos.

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