Agosto Lilás: Delegada orienta sobre os tipos de violência contra a mulher

Delegada Titular de Santa Isabel e a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Arujá, Dra. Regina Campanelli ressalta a importância da conscientização na proteção das mulheres

Dra. Regina Campanelli

Conhecido como Agosto Lilás, o atual mês é totalmente dedicado à conscientização e combate à violência contra a mulher. Neste período, as prefeituras reforçam suas ações e o trabalho de suas redes de proteção na orientação e acolhimento de eventuais vítimas cujos agressores estão, na maioria das vezes, dentro do próprio lar. Em entrevista ao Ouvidor, a delegada Dra. Regina Campanelli fala sobre as ações realizadas pela polícia civil na região neste período do ano.

Foi notícia no Ouvidor

Dra. Regina é delegada titular na delegacia de polícia de Santa Isabel e também responde pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Arujá. Nos dois municípios ela lida diariamente com o surgimento de novos casos de violência doméstica e coordena as equipes que trabalham nas investigações dos casos, bem como o encaminhamento das vítimas para os cuidados da rede de proteção.

“Este mês também é uma oportunidade para refletirmos sobre a Lei Maria da Penha, que completou agora 18 anos de criação e continua sendo uma legislação crucial no enfrentamento da violência doméstica e familiar. É graças ao fortalecimento desta lei que conseguimos dar resposta rápida as vítimas que vão desde a punição aos seus agressores, bem como a proteção dela e da família”, destacou Dra. Regina.

No ano passado, Santa Isabel registrou 150 boletins de ocorrência relacionados a violência doméstica, deste total 113 inquéritos foram instaurados. A delegada acredita que os números deste ano superem o total de casos registrados no ano passado. Veja na tabela o número de casos registrados em Arujá e Santa Isabel.

Crimes de violência doméstica na região
CIDADES BOLETINS DE OCORRÊNCIA INQUÉRITOS INSTAURADOS
ARUJÁ 150 (2023) 240 (2024) 120 (2023) 138(2024)
SANTA ISABEL 150 (2023) 103 (2024) 113 (2023) 60 (2024)

Para dar mais agilidade ao atendimento dessas ocorrências, Dra. Regina explica que recentemente a delegacia criou um cartório específico para atendimento aos casos de violência doméstica: “Dessa forma separamos os casos de violência doméstica e de gênero dos crimes comuns e com isso conseguimos dar uma resposta mais rápida para a tramitação dos inquéritos e soluções destes crimes”, apontou.

DDM deu luz a crimes ocultos

Na vizinha Arujá, a vinda da DDM deu luz a muitos casos que estavam ocultos de violência dentro do seio familiar. Dra. Regina conta que além dos crimes que acontecem diariamente, muitas vítimas procuram a unidade para denunciarem violências que sofreram no passado. Sobre estes casos a delegada ressalta nunca ser tarde para buscar ajuda.

“As vezes as pessoas acham que só por que sofreram uma agressão quando crianças e hoje são adultas não conseguirão ter uma resposta da justiça sobre o crime cometido contra ela. O prazo prescricional, período estipulado por lei durante o qual uma pessoa pode buscar o Poder Judiciário, começa a correr a partir dos 18 anos e ele pode ser ainda mais extenso a depender do crime, como nos casos de estupro, por exemplo”, destacou.

Sobre o crime de estupro, Dra. Regina chama a atenção para as mudanças recentes na lei que configura qualquer ato de passar a mão, beijar a força a depender das circunstâncias como estupro: “Sabemos que mais de 90% destes casos ocorrem dentro do seio familiar e por isso é fundamental que os membros da família fiquem atentos a conduta estranha das crianças. Cabe a nós analisarmos as situações e assim comunicar o conselho tutelar e a autoridade policial”, acrescenta.

Dra. Regina destaca a importância das pessoas denunciarem os crimes de violência doméstica ou contra a mulher pelos principais canais oficiais por meio dos telefones Disque 180, ou Disque Denúncia 181, além do Disque 190 da Polícia Militar.

Veja a entrevista completa com Dra. Regina Campanelli 

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