A Santa Casa

Santa Isabel
Advogado e colunista do Jornal Ouvidor, Dr. Luís Carlos Correa Leite.

Nesse último sábado a Santa Casa de Santa Isabel realizou mais uma Assembleia Geral, que é a reunião dos denominados “Irmãos”, equivalentes aos sócios de uma entidade. Na ocasião, a Mesa Administrativa dirigente apresentou o orçamento para o próximo ano e, o melhor de tudo, anunciou a continuidade das obras de modernização do hospital “Gabriel Cianflone”, obedecendo o projeto que, depois de anos de luta, foi aprovado pela equipe da Vigilância Sanitária de Mogi das Cruzes.

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As obras, deve ser ressaltado, serão possíveis graças a recursos advindos de emendas parlamentares trazidas pelos deputados Marcio Alvino e André do Prado. Também foi anunciado o envio de verbas decorrentes de iniciativa da Senadora Mara Gabrilli e dos Vereadores de Santa Isabel, Luiz Carlos Alves Dias e Anderson Rabelo.

A Santa Casa de Santa Isabel é uma entidade de natureza privada, isto é, não tem nenhuma ligação com os poderes públicos, embora receba destes recursos em razão dos seus nobres objetivos e da condição de entidade filantrópica. Como entidade filantrópica, é obrigada a cumprir uma série de exigências de natureza fiscais e administrativas, fiscalizadas pela Receita Federal e Tribunais de Contas. Até anos atrás a entidade não podia – nem direta ou indiretamente – remunerar os seus dirigentes. Mas, embora a legislação tenha passado a permitir tais pagamentos, o Estatuto da Santa Casa continua proibindo qualquer tipo de vantagem. Isto é, o trabalho prestado pelos dirigentes da Santa Casa de Santa Isabel, como ocorre desde a sua fundação, é voluntário.

Mas a grande marca da instituição é que ela nasceu de iniciativa da própria população, que obteve por doação o terreno onde o hospital está situado e promoveu campanhas visando a construção do prédio. Inicialmente os trabalhos foram dirigidos pelo então prefeito Joaquim Simão – pai do também ex-prefeito Nenê Simão – e depois pela atuação muito ativa do inesquecível ex- prefeito João Pires Filho, que concluiu o prédio e colocou o hospital em funcionamento. Não se pode esquecer, é claro, a participação de vários outros colaboradores ao longo destes mais de sessenta anos.

Assim, a Santa Casa foi criada pela população de Santa Isabel e região – especialmente Arujá – e continua com as suas portas abertas até hoje. Nesses mais de sessenta anos não fechou as portas nem um dia sequer. Mesmo na década de noventa, quando o governo federal deixou de repassar recursos por mais de quatro meses – e os funcionários, de forma compreensível, entraram greve – o trabalho continuou, com a participação de voluntários.

Assim, a Santa Casa de Santa Isabel – sem desmerecer outras entidades – é o maior patrimônio da população da cidade e da região. Vamos mantê-lo.

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