Graças a um celular e a coragem de um amigo em registrar os fatos, a agressão a Vilma dos Santos Oliveira, 70, cometida pelo Policial Militar em serviço, Kleber Freitas, saiu do Bairro Água Branca, zona rural de Igaratá e ganhou uma repercussão inimaginável. O soco no rosto da idosa, desferido pelo PM na última terça-feira, causou dor e revolta.
De acordo com a família, a confusão aconteceu por conta da construção de um muro que separa a propriedade de Vilma com a de um vizinho. O terreno de Vilma possui dois portões na entrada, sendo um para veículos e um outro, pequeno, de entrada social que, devido as chuvas, deixou de ser utilizado pela família.
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O vizinho que construía um muro a fim de separar as propriedades, incorporou o trecho de 25m² do portão social de Vilma, à sua propriedade. A idosa tentou explicar ao pedreiro que a área era de sua propriedade, mas não foi ouvida, foi então que ela chamou seus dois filhos.
“Percebendo que na discussão entre os filhos e o vizinho,os ânimos estavam aflorados, a própria Dona Vilma acionou a Polícia Militar. Já na chegada, os policiais iniciaram a agressão aos dois homens. Começando pelo Luciano e na sequência no Benedito que tentava tirar os policiais de cima do irmão. Mesmo algemados e até desacordados, os policiais não cessaram com a agressão. Quando Dona Vilma foi em direção aos policiais pedindo que parassem recebeu o soco”, explica o advogado da família Dr. Marcos Soares.
Ainda de acordo com Marcos, no caminho do Bairro Água Branca até a delegacia, os policiais ainda pararam a viatura e bateram ainda mais nos irmãos: “Basta olhar nas imagens que é possível notar que os irmãos saíram sem machucados do local dos fatos e chegaram na delegacia com cortes na cabeça e hematomas por todo corpo. Ou seja, agressão foi tanta que antes de ir até a delegacia, tiveram de levar os irmãos para o posto de saúde, pois eles estavam com cortes profundos na cabeça”, disse.
Em nota a secretaria de Segurança Pública informou que abrirá inquérito policial militar a fim de apurar a conduta dos policiais Kléber Freitas e Thiago Alves que atenderam a ocorrência. O ouvidor da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Professor Claudio Silva informou que instaurou procedimento para acompanhar o caso: “Oficializaremos ainda o Conselho Estadual do Idoso, para que acompanhe Dona Vilma e lhe preste as devidas assistências e orientações”, disse o Ouvidor.
O advogado Dr. Marcos Soares disse ainda que fará uma representação junto a corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo solicitando a expulsão dos policiais envolvidos no caso. O governador Tarcísio de Freitas criticou os policiais que usaram “força desmedida” e que não seguem as regras da instituição.