Não é futebol, é economia. O presidente Lula vai chegar a Pequim, na próxima semana, como o governante da 12º economia do mundo, que cresceu em 2022 mais do que a segunda maior economia do mundo, a própria China.
Foi isso que o Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu ao fechar, em janeiro desse ano o cenário da economia do mundo no ano passado. Conforme as expectativas do Fundo, a economia chinesa teve expansão de 3%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,1%. Essa foi a primeira vez que o Brasil superou a China em 42 anos.
O ano passado economia chinesa teve um 2022 muito complicado com a desaceleração da atividade econômica, decorrente de rígidas regras de contenção da Covid-19, que limitaram a produção industrial, as vendas domésticas e o comércio internacional.
O Brasil, enquanto isso, foi beneficiado especialmente pelo desempenho da atividade econômica no primeiro semestre. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos nove primeiros meses do ano, o PIB brasileiro teve expansão de 3,2% em comparação a igual período de 2021.
Essa diferença de 0,1% se vista numa escala econômica é significativa, mas na prática não é nada. A China tem uma infraestrutura que o Brasil só sonha, por poucos reais vc entra em um trem bala e percorre uma distância equivalente a Rio e SP em poucas horas e recursos industriais para nós, impensáveis. O capital chinês investido no mundo, inclusive no Brasil, pode levar inúmeros países à bancarrota simplesmente pela vontade dos governantes chineses. Basta lembrarmos da capacidade de reação deles perante a Covid-19 para entendermos a diferença entre os dois países.
Lula não vai a Pequim para experimentar a comida, mas conduzir cerca de 250 empresários e ministros em negociações que podem fazer a diferença na vida brasileira nos próximos anos. China é o maior parceiro comercial do Brasil, assim como é dos Estados Unidos e da Rússia e de inúmeros países do mundo. Ninguém quer abrir mão dessa parceria que abre um mercado de mais de um bilhão de pessoas e mais do que isso, um mercado consumidor que é um dos maiores do mundo.
Quando Lula, em 2014 esteve na China pela primeira vez, o Brasil estava melhor situado no cenário da economia do mundo, estava entre os oito maiores do mundo. Hoje, embora 1% a mais do que a China, amarga apenas o 12º não por seus avanços, mas pelos efeitos da pandemia em outros países.
Temos de torcer para que essa visita nos traga melhores notícias.