O Jornal Ouvidor foi assistir, no grupo cine Santa Isabel, o filme ‘Coringa Delírio a Dois’. Lançado no início de outubro, o filme é uma continuação direta do primeiro filme lançado em 2019. O filme conta com o retorno de Joaquin Phoenix no papel do Coringa e Lady Gaga como Arlequina.
O filme adaptado para um musical, começa com Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) preso no hospital psiquiátrico Arkham, aguardando julgamento pelos crimes cometidos como Coringa. Maltratado por guardas e lutando contra sua dupla personalidade, Arthur se apaixona por Lee Quinzel (Lady Gaga) e descobre a paixão pela música.
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Durante as cenas fica nítido que os principais elementos destacados no primeiro filme de Coringa se mantiveram, como os figurinos e boas reproduções artísticas. Já a produção técnica e o desenrolar das cenas, deixa claro que a boa atuação de Joaquin Phoenix e Lady Gaga carregou o filme todo nas costas.
O início da trama, reflete a boa atuação de Joaquin Phoenix. O personagem Arthur Fleck começa a pagar por todos os crimes cometidos e sofrer dentro do hospital psiquiátrico Arkham, trazendo de volta referência a todos os personagens mortos no primeiro filme. O desenrolar das cenas deixa claro a intenção de desligar o público do primeiro filme lançado em 2019, fazendo alusões com os figurantes.
O primeiro filme é uma construção para que Arthur Fleck se torne o Coringa, colocando o público durante duas horas para entender profundamente os sentimentos de vingança do personagem por ser abusado na infância e não receber nenhum tipo de apoio. Isso faz com que o público se sinta feliz na hora da cena final quando Arthur comete assassinato em rede de televisão. A intenção de mostrar vitimismo e falhas no sistema funciona.
A resposta durante o segundo filme é clara. O caminho oposto tomado pelo roteiro mostra que os produtores não queriam que o primeiro filme se tornasse símbolo para o público depressivo e que sofrem de algum problema psiquiátrico. O conceito do segundo filme é destruir o ícone que o Coringa se tornou para pessoas que “não estão de bem com a vida”.
Se durante o primeiro filme Arthur Fleck se torna o Coringa ao vivo na televisão, no segundo filme o Coringa se torna Arthur Fleck durante o final do julgamento com milhares de fãs ali. Quando isso acontece, é possível observar muitas pessoas saindo do julgamento, o que representa a indignação com Arthur Fleck dizendo “O coringa não existe, é só uma alucinação”.
Após o julgamento é possível ver o personagem sendo resgatado por criminosos que se dizem fãs do Coringa. Durante a cena duas pessoas vestidas de palhaço fogem com Arthur no carro e dizem “nós vamos colocar fogo em tudo”. Nesse momento Arthur sai correndo do veículo, mostrando que não era isso que ele queria se tornando o Coringa.
A atuação de Lady Gaga, Lee Quinzel (ou Arlequina), mostrou para o público que desde o início era claro que o Coringa seria executado. Como uma fã, Lee queria que ele fosse julgado com pena de morte sendo símbolo de luta para os seus seguidores. Em uma relação afetiva com o personagem Arthur Fleck, Lee Quinzel manipula seus pensamentos e o faz pensar que o Coringa é na verdade o herói para a sociedade.
No fim do filme, Arthur é morto por um maníaco dentro de Arkham, fazendo seguir a linha de pensamento incluída na trama de que Arthur estava pagando pelos seus atos e mereceu tudo o que havia acontecido.
Apesar das cenas arrastadas e um tempo de filme muito esticado, recomendamos o ‘Coringa Delírio a Dois’ para aqueles que buscam a continuação da trama e um entretenimento descompromissado. Sem sombra de dúvidas, a experiência do longa somada ao conforto do cinema ajuda no passatempo.