No zoológico da terra “DoNunca”, quatro tratadores do leão discutiam qual seria a melhor forma de lidar com a fera. Seus antecessores, todos, haviam se salvado, mas alguns saíram profundamente feridos, não só fisicamente, mas, principalmente, feridos na alma. Eles acreditavam sinceramente que era possível lidar com o leão com um tratamento diferenciado, mas…!
Foi notícia no Ouvidor
- Situação do campo de futebol municipal preocupa moradores
- Projeto social busca ajudar crianças em vulnerabilidade social
- Indivíduo rouba viatura policial e foge pela mata
Dentro da jaula do leão, havia sempre algum alimento, afinal, leão faminto é incontrolável, e todos sabiam disso. Também havia outros obstáculos, alguns colocados pelos amigos do leão, outros realmente importantes, pois permitiam que o tratador se abrigasse e se protegesse dos eventuais ataques da fera que, como se sabe, é voraz, rápida e violenta.
O primeiro tratador olhou detidamente a jaula, o leão, e garantiu: “Eu sou capaz de dominá-lo!” E receitou: “Amarro a pata dianteira esquerda dele e a puxo em direção à perna traseira direita. Ele cai ao chão e eu o prendo sempre que precisar limpar a jaula, trocar a água e colocar o alimento.”
Desafiante, o segundo tratador duvidou que fosse possível prender a pata esquerda do leão e garantiu que seria capaz, montado nas costas do animal, de segurá-lo pela juba e, ao mesmo tempo, puxar o seu rabo, conduzindo o potente animal na direção do abrigo quando fosse necessário. Dessa forma, ganharia tempo para prendê-lo, limpar a jaula folgadamente, colocar a ração necessária e água suficiente, até mesmo para o leão tomar banho, se quisesse.
Ouvindo a conversa de seus dois concorrentes, o terceiro candidato a tratador ponderou com sabedoria: “Eu não! Prefiro pedir a todos os meus amigos que enviem ração para leões. Vou encher a jaula e deixar o leão cansado de tanto comer. Ele vai deitar para fazer a digestão, afinal, todos nós sabemos que o leão, quando está de barriga cheia, é manso. Assim, com ele dormindo e refastelado, vou colocar um guizo em seu pescoço, de modo que eu possa fazer tudo que é preciso e me afastar quando ele chegar perto.”
- Receba os conteúdos do Ouvidor no seu WhatsApp
Montado em cima do leão, o quarto tratador, de dentro da jaula, gritou: “Já fiz tudo isso e nada deu certo! O leão é bravo demais e não se satisfaz com nada. Não consegui prender a perna esquerda, nem segurá-lo pela juba. Pelo rabo, então, impossível! Já tem guizos demais amarrados no pescoço dele e, por mais que se faça, a jaula está sempre suja. Ele sempre quer mais comida, água e muitos outros agrados. O mais difícil é montar nas costas dele, o leão é muito bravo e exigente!”
Moral da história: Quem está fora da jaula sempre sabe o que fazer quando estiver lá dentro, mas nem sempre sabe como entrar e montar nas costas do leão.